Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de maio de 2025
A indústria gaúcha cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com o IDI-RS (Índice de Desempenho Industrial), divulgado pelo Sistema Fiergs nesta segunda-feira (12). O dado se manteve positivo, mesmo com a queda expressiva em março, de 2,6%, na comparação com o mês de fevereiro.
“Mesmo com o crescimento modesto do primeiro trimestre, os indicadores mostram que a situação geral é negativa para a indústria”, avalia o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier. A queda considerável de março ante fevereiro pode ser explicada, em parte, pelo calendário, uma vez que o Carnaval reduziu os dias úteis, mas, nos últimos quatro meses, houve três quedas e uma estabilidade, o que colocou o índice no menor nível desde a enchente de maio passado.
Entre os componentes do IDI-RS, as compras industriais cresceram 5,8% no primeiro trimestre deste ano em relação a 2024. Já o faturamento real sofreu retração (-1,1%), assim como as horas trabalhadas (-1,2%) e a UCI (utilização da capacidade instalada) (-0,9 ponto percentual).
Ao separar por segmentos, o levantamento, realizado pela UEE (Unidade de Estudos Econômicos) da Fiergs, indica que houve oito altas e sete quedas nos primeiros três meses de 2025. Os principais registros positivos são dos setores de Máquinas e equipamentos (7%), Bebidas (16,3%), Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis (3,9%) e Produtos de metal (3,8%). Por outro lado, os maiores impactos negativos foram nos segmentos de Tabaco (-22,2%), Couros e calçados (-6,9%) e Veículos automotores (-1,8%).
Desempenho mensal
No mês de março, quando comparado a fevereiro, a maioria dos componentes do IDI-RS caiu, com destaque para compras industriais (-6,5%), horas trabalhadas na produção (-1,9%) e faturamento real (-2,2%). A exceção foi o grau médio de UCI, que apresentou uma leve alta, de 0,5 ponto percentual, passando de 78,3% para 78,8%. No mercado de trabalho do setor, o emprego ficou estável (-0,1%), enquanto a massa salarial real apresentou um ligeiro recuo (-0,3%).
“Esse cenário é causado por incertezas fiscais, juros e inflação crescentes e instabilidades internacionais recentes. Isso deve manter o baixo dinamismo da indústria, que volta ao ciclo de estagnação e instabilidade observados há cerca de dois anos”, ressalta Bier. A base baixa do segundo trimestre de 2024, impactado pelas enchentes, no entanto, deve trazer números melhores nas próximas comparações anuais.