Domingo, 28 de abril de 2024

Atores se unem a roteiristas e entram em greve em Hollywood; entenda

Foi anunciada nesta quinta-feira (13) a greve dos atores de Hollywood. A decisão foi tomada em votação unânime do Sindicato dos Atores (SAG), em Los Angeles. Na noite dessa quarta-feira (12), o sindicato encerrou sem acordo as negociações de semanas com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), guarda-chuva que reúne Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner, NBC Universal, Paramount e Sony.

O SAG afirmou que as negociações não atenderam as demandas principais dos atores, sobre aumentos salariais e a ameaça representada pelo uso de Inteligência Artificial (IA) na produção de filmes, séries e programas para TV e streaming.

“Os estúdios afirmam que estão perdendo dinheiro enquanto dão salários de centenas de milhões de dólares para seus CEOs. É ofensivo. Eles estão do lado errado da história. Todo o modelo de negócio foi alterado pelo streaming, pela inteligência artificial, temos que bater o pé. Não vamos mais aceitar isso”, afirmou Fran Drescher, presidente do SAG e atriz conhecida pelo trabalho em “The Nanny”.

Com a paralisação dos atores, o SAG se une ao WGA, Sindicato dos Roteiristas que há dois meses está em greve, com piquetes nas portas de estúdios e plataformas de streaming como Disney, Warner e Netflix. Neste período, vários atores se manifestaram em apoio aos roteiristas.

Pela primeira vez desde os anos 1960, Hollywood se vê diante de uma paralisação por completo. Se nos últimos dois meses, produções com roteiros já escritos puderam continuar, como “Gladiador 2”, “Mortal Kombat 2”, dentre outras, agora com a parada dos atores, a interrupção será praticamente completa.

E a greve interfere não apenas nas produções em andamento. Filmes prontos como “Barbie” e “Oppenheimer” terão sua divulgação afetada por causa da paralisação. A partir do anúncio da greve, atores estão proibidos de participar de eventos de divulgação de seus projetos.

Prevista para a próxima semana, a San Diego Comic-Con, importante convenção de filmes, séries e quadrinhos, deve ser o primeiro evento a sentir na pele a greve. Seus tradicionais painéis serão provavelmente esvaziados de estrelas.

Com salário anual de US$ 27 milhões (mais bônus), o CEO da Disney Bob Iger afirmou que roteiristas e atores não estão sendo “realistas” em suas demandas.

“É muito perturbador para mim. Falamos sobre forças disruptivas neste negócio e todos os desafios que estamos enfrentando, a recuperação dos impactos da covid que ainda está em andamento. Este é o pior momento do mundo para aumentar essa interrupção”, disse o executivo em entrevista ao canal CNBC.

Em junho, um grupo de mais de 400 atores – incluindo os vencedores do Oscar Meryl Streep, Jennifer Lawrence e Rami Malek – pediu aos líderes do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) que adotem uma “linha mais dura”, uma vez que as negociações contratuais, segundo eles, já haviam atingido um “ponto crítico”. Eles têm reivindicado questões que vão desde salário mínimo até saúde.

No início de junho, os membros do sindicato votaram para autorizar a greve caso o comitê de negociação não chegasse a um acordo sobre o novo contrato com os principais estúdios de Hollywood até 30 de junho. O prazo foi prorrogado, mas agora se esgotou. Naquela semana, o presidente da organização, Fran Drescher, divulgou um vídeo em que disse estar conseguindo avanços importantes. A mensagem, no entanto, não agradou muitos atores, que já pediam que não fossem aceitos acordos que não representassem todas as suas demandas.

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