Sexta-feira, 06 de junho de 2025

Atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos preocupa ala bolsonarista

Uma ala do bolsonarismo relata preocupação com a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, buscando sanções do governo americano ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Pessoas ouvidas pelo Painel, da Folha de S.Paulo, avaliam serem legítimas as atitudes de Eduardo para defender o pai, Jair Bolsonaro, mas se dizem apreensivas de que um tensionamento excessivo com o Supremo possa “sair pela culatra” e acabar prejudicando o próprio bolsonarismo e a direita no Brasil.

Na visão de um desses aliados, o filho do ex-presidente está “cutucando o leão com vara curta” e “jogando o Brasil contra os EUA”, com consequências ainda imprevisíveis.

Outro considera que os ataques podem unir ministros divergentes da corte em nome do corporativismo e aumentar o que chama de perseguição. Ele acha, porém, que o espírito de vingança já está consolidado no STF independentemente das ações de Eduardo.

Há, também, aliados bolsonaristas que acreditam que uma eventual reação mais forte do STF, causada por reprimendas do governo americano, acabará fortalecendo a direita.

Na última quarta (28), a gestão Donald Trump anunciou que vai restringir vistos a estrangeiros que, segundo sua avaliação, tenham censurado empresas ou cidadãos americanos. A medida pode atingir Moraes, que suspendeu a plataforma de vídeos Rumble no Brasil em fevereiro alegando descumprimento de ordens judiciais.

“Depredação simbólica”

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nessa segunda-feira (2) que Eduardo está fazendo uma “depredação simbólica” do STF nos Estados Unidos.

Lindbergh conversou com a imprensa após prestar depoimento à Polícia Federal. A oitiva foi no âmbito do inquérito que investiga o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro por supostamente atuar, fora do país, contra autoridades brasileiras.

Segundo o líder do PT, a conduta de Eduardo nos EUA se trata de um atentado continuado ao Estado Democrático de Direito.

“Na nossa avaliação, a conduta de Eduardo Bolsonaro ainda é a mesma [da trama golpista]. Qual é a diferença do que Eduardo Bolsonaro faz, de um daqueles golpistas que depredou o Supremo? É uma depredação simbólica do Supremo. Uma articulação internacional para sancionar ministros do Supremo, Procurador-Geral, delegados da Polícia Federal. É isso que está sendo feito aqui”, disse.

O deputado federal é autor da queixa-crime enviada à Procuradoria-Geral da República que deu origem ao inquérito, aberto pela PF.

Segundo Lindbergh, o objetivo do depoimento foi tentar mostrar uma relação de causa e efeito entre a trama golpista, em investigação no STF, e a conduta de Eduardo, que pediu licença do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, em fevereiro. (As informações são da Folha de S.Paulo)

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