Quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Audiência Pública da Comissão de Saúde debate queda da cobertura vacinal no Rio Grande do Sul

Audiência Pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, realizada na manhã desta quarta-feira (17), debateu a queda na cobertura vacinal e as medidas a serem adotadas para a conscientização da importância e o avanço nas metas de imunização no Rio Grande do Sul. A audiência foi requerida pelo deputado Valdeci Oliveira (PT), condutor do debate.

Em sua manifestação inicial, o deputado Valdeci Oliveira disse que nos últimos 50 anos, as vacinas desempenharam um papel central na redução da mortalidade infantil, que foi reduzida em 40% pelas imunizações. “Desde 1974, as vacinas evitaram 154 milhões de mortes em todo o mundo, 95% delas entre crianças menores de 5 anos”, destacou.

Ainda conforme Valdeci Oliveira, até maio deste ano, o Governo do Estado afirmou que 82% dos hospitalizados e 78% dos mortos não estavam vacinados. A cobertura vacinal entre grupos prioritários é de apenas 49,4%, enquanto a meta é 90%. “A cobertura entre os grupos prioritários segue muito abaixo da meta de 90%. Até o momento, apenas 49,4% dos públicos prioritários (idosos, crianças pequenas e gestantes) receberam a dose anual”, reforçou.

Segundo o parlamentar, o quadro seria fruto da irresponsabilidade de setores da sociedade que se utilizam do discurso do negacionismo contra a ciência para ganhos políticos. “Temos que fazer o debate, disputar as narrativas e esclarecer e conscientizar sempre que necessário a população”, sustentou.

Na sequência das declarações, a presidente do Conselho de Saúde do Estado, Inara Ruas, confirmou a diminuição da cobertura vacinal para Influenza e Covid e o aumento das síndromes respiratórias graves, internações e óbitos pelas duas causas. Ela informou que há falta de vacinas para a Covid-19 nos postos de saúde de Porto Alegre, e criticou o Governo Federal pelo envio de poucas doses para o Estado.

Inara Ruas lamentou as campanhas anti vacinas no País, que acabaram atrapalhando a cobertura vacinal de crianças recém nascidas e gestantes. “Vacinar é um ato de cidadania, de amor a si e aos outros. Devemos vacinar e não acreditar em boatos e fake news”, declarou.

A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS), Tani Ranieri, relatou iniciativas e estratégias do Governo do Estado para melhoria da cobertura vacinal de rotinas, abrangendo gestantes, crianças, adolescentes e idosos. Conforme ela, as vacinas do calendário básico infantil, desde 2023, tiveram aumento significativos, muitas delas beirando a 95%. “Mas quando a gente se refere às vacinas da Influenza e Covid-19, nos últimos anos, tivemos queda”, lamentou.

Ranieri fez referência aos Projetos Amigo da Vacina, Imuniza Escola, destacando parcerias da secretaria da Saúde com entes públicos e privados, como por exemplo com o Ministério Público Estadual. “Estas estratégias e projetos têm sido robustos no sentido da melhoria da cobertura em todo o Estado do RS”, afirmou.

A diretora do Cevs indicou que a cobertura vacinal para meninas adolescentes contra o HPV (Papilomavírus Humano) atingiu, em 2025, os 86%. “O que é um índice importante. Buscamos agora os 90%. O HPV pode causar câncer em mulheres e é a quarta incidência de óbitos entre mulhere”, acrescentou.

Cristiane Corrales, do Ministério Público Estadual falou dos compromissos firmados pelo MP com a cobertura vacinal. Ela citou o reconhecimento, através de um selo, aos municípios gaúchos que atingem metas de aplicação de vacinas pentavalente, tríplice viral e contra o HPV. A distinção é uma iniciativa da Secretaria da Saúde, em parceria com o MPRS, que criou o Selo em 2022 para incentivar a vacinação e valorizar as estratégias de imunização das prefeituras.

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