Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Aulas do primeiro curso de graduação em inteligência artificial do País começam no próximo semestre

A inteligência artificial está, cada vez mais, integrada ao mundo ao nosso redor: no atendente virtual no serviço ao cliente, nos filtros das fotos, na criação de imagens (realísticas ou não) ou nos textos escritos rapidamente diante dos nossos olhos na tela a partir de um comando. Partindo da multidisciplinaridade, do constante (e rápido) avanço e da ampliação do uso em mais espaços, a cada vez mais onipresente IA agora entra de vez na universidade, com um novo curso de graduação na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) a partir do segundo semestre deste ano. As inscrições para o processo seletivo vão até 4 de junho.

O curso de quatro anos de duração, dividido em oito períodos, será interdisciplinar. Estarão alinhados o conhecimento técnico-científico, formado por disciplinas de exatas, como matemática e ciência da computação, ao pilar de humanidades, em matérias como Filosofia da Tecnologia e IA e a sociedade. Seu eixo curricular ainda passará por áreas como empreendedorismo e criação de projetos com capacidade de aplicação fora do ambiente universitário — o curso de graduação em inteligência artificial é oferecido também por outras universidades do país, o que mostra a importância do tema nos dias atuais. No Ibmec, por exemplo, ele existe desde 2022.

Na PUC-Rio, o bacharelado é uma das atribuições dentro do Instituto de Ensino e Pesquisa em Inteligência Artificial, criado no fim do ano passado, que ainda vai abrigar centro de pesquisas e laboratórios. A previsão é de que todos estes segmentos fiquem concentrados em um único prédio, no campus da Gávea, Zona Sul do Rio, a partir de 2027, previsão de conclusão das obras. Até lá, as turmas serão abrigadas em salas dos demais núcleos.

O diretor do novo instituto, professor Renato Cerqueira, destaca que os alunos poderão atuar com uma visão multidisciplinar e humanística, considerando os desafios sociais, éticos e ambientais da IA, além de desenvolverem autonomia para antecipar tendências e oportunidades, com impactos reais através da tecnologia.

— A graduação é a ponta do iceberg que está nascendo desse movimento. A missão do instituto é funcionar como um hub na universidade, sendo universal. Isso muda muito, reforçando essa interdisciplinariedade de lidar com o conhecimento. Os profissionais são todos expostos a isso. Todas as profissões serão impactadas, como quando o computador entrou. Mas, hoje, diferente de antes, essa evolução começa a mudar a forma como a gente lida, gera e consome conhecimento. Isso vai na essência também da missão da universidade — diz o diretor.

O reitor da PUC-Rio, padre Anderson Antonio Pedroso, compara a novidade com transformações já vividas e as que ainda estão por vir, provavelmente em ritmo cada vez mais acelerado, a outros momentos históricos de avanços que mudaram o mundo.

— Isso vai mudar todo o ecossistema da universidade. O que estamos vivendo hoje é como quando apareceu a eletricidade, em que mudou tudo, não é só acender uma lâmpada. Você cria outro modo de relacionamento, outra cultura. É algo histórico o que está acontecendo — destaca, também citando a popularização do computador, que deixou de ser uma pesada máquina, com cerca de uma tonelada, a exemplo do Burroughs Datatron B-205, o primeiro a operar produtivamente no país, que teve como sede escolhida a PUC-Rio, em 1960. Hoje, os atributos de um PC estão na palma da mão, em tablets e celulares, bem mais ágeis e leves.

— Para mim, IA não é um instrumento, é um ambiente que se cria, assim como a internet, e temos que ser capaz de habitá-lo — define o reitor.

O instituto de IA foi criado com a doação de R$ 35 milhões vinda da Fundação Behring, organização filantrópica voltada para o desenvolvimento do Brasil por meio da educação de jovens em computação. Sem fins lucrativos, a universidade tem hoje nove mil alunos, dos quais 40% são bolsistas. O valor é o maior, de fonte individual, recebido pela PUC-Rio desde sua fundação, nos anos 1940. Foram cerca de dois anos de preparação até o lançamento do instituto, em dezembro.

Para tentar uma vaga na turma piloto do bacharelado em IA na PUC-Rio, o vestibulando deve se inscrever no processo seletivo de inverno, que tiveram início ontem e vão até 4 de junho. Não haverá aplicação de novas provas. Serão avaliados os resultados do último vestibular próprio da universidade ou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os interessados em ingressar na instituição podem tirar dúvidas sobre este e outros cursos no tradicional evento “PUC por um dia”, a ser realizado, pela primeira vez, em duas datas: 23 de maio e 6 de junho. As informações são do portal O Globo.

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