Por Redação do Jornal O Sul | 27 de junho de 2025
Por Rogério Pons da Silva
O anúncio de um grande investimento empresarial foi saudado com entusiasmo, principalmente pelo poder público.
No momento, as atenções e os holofotes estão voltados para um grandioso investimento em Cachoeirinha.
O poder público municipal comemora a conquista de um empreendimento que promete alavancar as receitas do município — e do Estado também, por que não?
De fato, as receitas públicas certamente irão aumentar. Disso, ninguém duvida. Entretanto, é necessário discutir as contrapartidas em infraestrutura, tanto no município quanto na região metropolitana.
A arrecadação vai crescer, mas… e a infraestrutura? Vai acompanhar esse crescimento?
A água no município é ruim, escassa e cara. Há anos, os verões são marcados por falta d’água, e a população se vira como pode com fontes alternativas.
A infraestrutura de mobilidade urbana é uma piada.
O trânsito é caótico, com chicanas nos acessos ao distrito industrial, estacionamento em meio-fio à esquerda das vias, crateras que fazem aniversário, enquanto outros buracos aguardam na fila do acostamento.
Enquanto isso, os problemas crônicos só tendem a se agravar com mais gente para dividir os espaços e os serviços públicos já precários.
É bom lembrar que a posição de destaque de Cachoeirinha na economia do Estado não se deve à ação do poder público municipal. Se hoje o município atrai investimentos, é graças ao que já foi construído pela sociedade e pela iniciativa privada — sem incentivos.
Agora, teremos mais um “player” disputando o que já é pouco e ruim.
Ahhh… mas a receita vai aumentar!
Rogério Pons da Silva, jornalista e empresário industrial
