Quinta-feira, 19 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de junho de 2025
O aumento da taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano, anunciado na quarta-feira (18) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, preocupa a indústria gaúcha, que já enfrenta altos custos, margens comprimidas e severas dificuldades de acesso ao crédito, de acordo com o presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), Claudio Bier.
Ele lembrou que, em uma recente pesquisa divulgada pela entidade, as taxas de juros foram apontadas como o principal obstáculo ao desempenho do setor no primeiro trimestre deste ano.
Bier reforçou que a verdadeira causa estrutural dos juros elevados é a falta de compromisso do governo federal com a redução efetiva das despesas públicas. “O governo federal precisa assumir imediatamente suas responsabilidades, deixando de transferir os custos de sua má gestão fiscal”, disse o dirigente.
Segundo ele, o setor produtivo não suporta mais o aumento sucessivo das taxas de juros combinado com a elevação contínua da carga tributária como tentativa de corrigir a situação fiscal apenas pelo lado da receita.
Fecomércio-RS
O presidente da Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul), Luiz Carlos Bohn, também comentou a decisão do Copom.
“A elevação da Selic em 0,25 ponto percentual, levando-a a alcançar 15% ao ano, reflete um Banco Central que quer reforçar sua credibilidade no compromisso com a meta de inflação, em um cenário que apresenta ainda atividade econômica resiliente, mercado de trabalho aquecido, expectativas desancoradas, muita incerteza quanto ao equilíbrio das contas públicas, além de um cenário internacional complexo. É unanimidade que o aperto monetário que estamos vivenciando é histórico e penaliza muito a população e as empresas brasileiras. Já tarda o tempo de reduzir os juros, mas sabemos que é necessário criar condições fiscais para que isso aconteça. Para tanto, é fundamental que o ajuste das contas públicas se dê por meio da redução e racionalização dos gastos, e não pelo caminho do aumento de receitas, como tem sido a prática habitual do governo atual”, declarou o dirigente.