Sexta-feira, 05 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de setembro de 2025
Júri popular realizado em Porto Alegre levou um homem a sentença de 26 anos de prisão em regime fechado, pela morte de uma mulher com quem mantinha relacionamento amoroso. O crime foi cometido em julho na Zona Leste da cidade, com os agravantes de feminicídio, motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa, além da ocultação do cadáver.
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o casal havia sido visto junto pela última vez ao embarcar em ônibus rumo a uma festa junina. O corpo de Brenda dos Santos Batista, 20 anos, foi encontrado posteriormente em área de mata próxima à Estrada João de Oliveira Remião, no bairro Lomba do Pinheiro.
A perícia apontou que a vítima foi assassinada por asfixia mecânica, ao receber golpe conhecido como “mata-leão”. Conforme o processo, o autor agiu motivado pela suposta informação de que a jovem estava grávida. Um teste de gravidez com resultado positivo foi encontrado entre os pertences dela, mas a necrópcia descartou a hipótese.
“A promotora destacou que o crime foi cometido com extrema crueldade e surpresa, evidenciando o contexto de violência contra mulheres em relações íntimas”, ressaltou a promotora Luciana Cano Casarotto, que atuou no tribunal. “Esta condenação é um ato de justiça que reafirma a postura de não se tolerar a violência de gênero.”
Caxias do Sul
Na Serra Gaúcha, o mesmo tipo de crime levou o autor a uma sentença de 30 anos de cadeia. O caso remonta à virada de 2 para 3 de abril de 2022, quando um morador de Caxias do Sul convidou a ex-companheira até seu apartamento, com o pretexto de conversarem sobre uma suposta tentativa de reconciliação. Mas ela acabou morta com dez golpes de faca e teve o corpo abandonado à margem de uma rodovia.
O promotor Ricardo Misko Campineiro ressaltou que o motivo do crime foi torpe: sentimento de ciúme por uma suposta traição conjungal por parte da vítima. A sentença teve o seu cumprimento determinado imediatamente, sem direito de recurso em liberadade.
Cabeleireiro
Já em Gravataí (Região Metropolitana da Capital), um réu denunciado pelo MPRS recebeu pena de quase 21 anos de cadeia pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), furto e corrupção de menores. A processo se refere ao assassinato do cabeleireiro Dionatan Francisco de Souza, 28 anos, em maio de 2019.
Conforme a a promotora Bárbara Paz, Dionatan recebeu 17 facadas, durante a madrugada, e foi deixando agonizando pelos criminosos no apartamento onde vivia, na área central da cidade. O ataque foi cometido por um adulto com a ajuda do companheiro, na época menor de 18 anos, que também levaram dinheiro e pertences do imóvel.
Foram ouvidas quatro testemunhas, incluindo mãe e irmão da vítima, abalados emocionalmente ao relembrarem o sofrimento imposto ao cabeleireiro e a espera de mais de seis anos por justiça. Eles também manifestaram alívio pelo fato de o réu ser preso já no plenário, logo após ser o juiz proferir a sentença.
“O Conselho de Sentença da Comarca de Gravataí, após ter as provas e todos os elementos do processo expostos, decidiu, de forma soberana, por condenar o réu pelo homicídio duplamente qualificado, furto e corrupção de menores, em uma manifestação que efetivamente expõe que este tipo de conduta não será aceita por nossa comunidade”, frisou a promotora.
(Marcello Campos)