Quinta-feira, 10 de julho de 2025

Balança comercial: Brasil importa mais do que exporta na relação com os Estados Unidos desde 2009

O relacionamento comercial do Brasil com os Estados Unidos é marcado por predominância da economia norte-americana, segundo números da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A compilação de dados, que tem início em 1997, mostra um saldo superavitário (mais exportações do que importações) de US$ 49,88 bilhões em favor dos EUA. Foram considerados 28 anos de comércio exterior, além dos primeiros seis meses de 2025.

Os números oficiais revelam, também, que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os Estados Unidos desde 2009, ou seja, nos últimos 16 anos. Nesse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 90,28 bilhões –considerando os números até junho de 2025.

Um déficit comercial, nesse caso, significa que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou para os Estados Unidos. O que, para a economia brasileira, representa um cenário desfavorável.

No ano passado, os números manifestam equilíbrio na relação comercial com os Estados Unidos. Foram exportados US$ 40,33 bilhões em produtos, e importados US$ 40,58 bilhões, resultando em um déficit comercial de US$ 253 milhões para o Brasil.

Porém, o primeiro semestre de 2025 voltou a registrar um desequilíbrio. O Brasil comprou US$ 1,67 bilhão a mais do que vendeu aos Estados Unidos.

“Entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil, que causam déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!”, afirmou o presidente dos EUA na carta endereçada ao seu par no Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo brasileiro vinha, inclusive, usando essa sequência de déficits como argumento contra as tarifas impostas ao País. Desde a cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, que reuniu países não alinhados aos EUA, como o Irã, e que resultou em uma declaração favorável ao uso de uma moeda única nas trocas comerciais, além de críticas às políticas comerciais dos EUA e aos ataques dos americanos ao país persa, o tom de Trump contra o Brasil e nações alinhadas ao Brics endureceu.

Ele passou a fazer ameaças e a criticar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na carta, aliás, abre dizendo: “Eu conheci e lidei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro e o respeitei muito, assim como a maioria dos demais líderes de países. A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!” (Com informações do Estado de S. Paulo)

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