Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de dezembro de 2025
O Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (10), veio em linha com a expectativa do mercado financeiro.
Esse foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em 29 de outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano.
A decisão desta quarta foi motivada, mais uma vez, pela preocupação do banco central dos EUA com o enfraquecimento do mercado de trabalho. Os dados do setor voltaram a ser divulgados em novembro, com restrições, após o término do maior shutdown da história, que durou 43 dias.
Shutdown é a paralisação parcial do governo dos EUA quando o Congresso não aprova o orçamento. Durante o período, órgãos públicos suspendem serviços não essenciais — incluindo a divulgação de dados econômicos.
Enquanto o mercado de trabalho preocupa, dados recentes de inflação indicaram preços sob controle, embora ainda acima da meta do Fed, de 2%. Esses resultados levaram o BC dos EUA a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços.
Isso acontece porque o banco central dos EUA tem um mandato duplo: precisa estimular o emprego e controlar a inflação. De um lado, cortes nos juros costumam tornar o ambiente mais favorável ao mercado de trabalho. Do outro, também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível.
A política de juros nos EUA gera reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas caem, tende a diminuir a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) permaneça elevada. Além disso, há possíveis efeitos sobre o câmbio, com valorização do real frente ao dólar.
A decisão desta quarta-feira foi a oitava desde que Donald Trump assumiu como 47º presidente dos EUA, em 20 de janeiro — e a terceira com redução dos juros. Desde a posse, o cenário econômico se tornou mais adverso diante da guerra tarifária promovida pelo republicano.
Economistas, agentes do mercado e o próprio Fed têm destacado os impactos nos EUA das sobretaxas aplicadas por Trump. Um dos principais receios é o aumento da inflação ao consumidor americano, uma preocupação que levou o BC do país a postergar a decisão de reduzir os juros.
Nos últimos meses, no entanto, dados de um mercado de trabalho mais fraco indicaram uma desaceleração da economia americana, permitindo cortes pelo Fed. Ao mesmo tempo, a inflação permaneceu sob controle, embora continue acima da meta da instituição.