Sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Banco Central dos Estados Unidos mantém a taxa de juros estável mesmo sob pressão de Trump

O FED (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, decidiu manter inalteradas as taxas de juros do país pela quinta reunião consecutiva. Com isso, os juros permanecem na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

A decisão desta quarta-feira (30) veio dentro das expectativas do mercado financeiro, mas está na contramão dos apelos do presidente dos EUA, Donald Trump, que há meses pressiona por cortes nas taxas básicas.

Em comunicado, o Fed reiterou as incertezas em torno dos possíveis impactos do tarifaço, repetindo argumentos apresentados nas decisões de junho e maio, mas reconhecendo avanços nos indicadores econômicos mais recentes.

“Indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica se moderou na primeira metade do ano. A taxa de desemprego continua baixa, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação segue um pouco elevada”, diz o comunicado desta quarta-feira.

O banco central dos EUA afirmou ainda que continuará monitorando os efeitos das informações econômicas recebidas para embasar suas próximas decisões, e reiterou que a incerteza em relação às perspectivas econômicas permanece elevada — o que inclui o tarifaço de Donald Trump.

“As avaliações do Comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo dados sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, além de desenvolvimentos financeiros e internacionais.”

As decisões sobre os juros nos EUA têm reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas permanecem elevadas, aumenta a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) também se mantenha alta por mais tempo. Além disso, há efeitos sobre o câmbio.

Trump aumenta pressão por novos cortes de juros

Desde que assumiu a presidência dos EUA em janeiro, Trump tem ampliado sua ofensiva tarifária contra os principais parceiros comerciais do país. A política adotada reforça o caráter protecionista de sua agenda, voltada a favorecer e priorizar a economia americana.

Na visão de Trump, as tarifas devem ajudar a reduzir o déficit comercial dos EUA — ou seja, aumentar as exportações em relação às importações —, impulsionando a indústria e o setor produtivo do país. Na prática, porém, o modelo gera dúvidas entre especialistas, que enxergam o tarifaço como um possível fator de pressão na inflação americana.

A medida já levou empresas americanas a indicarem novos aumentos de preços para compensar os custos adicionais com as tarifas. Esse impacto deve recair diretamente sobre os consumidores — uma das principais preocupações do Fed, especialmente diante dos sinais de força da economia dos EUA.

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