Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de agosto de 2023
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (10), durante audiência no Senado, que a instituição tem conseguido realizar um “pouso suave” no combate à inflação e que o controle de preços tem sido obtido com “baixo custo” em termos de redução da atividade econômica, emprego e crédito.
De acordo com Campos Neto, o processo de desinflação está em curso, mas ainda requer uma política monetária contracionista. Conforme o presidente do BC, a autarquia tem atuado de forma autônoma e técnica para cumprir suas missões.
“Se comparar a queda da inflação no Brasil, proporcional ao que aconteceu no emprego e crescimento econômico, a gente tem dificuldade de encontrar outro país no mundo que tenha conseguido cair a inflação, nesta mesma proporção, quase sem alteração no crescimento e com geração de emprego no mesmo período.”
Segundo Campos Neto, o BC do Brasil, comparado ao de outros países, trouxe a inflação para baixo com custo muito pequeno sobre o crescimento econômico e o emprego.
“O BC tem também trabalhado para suavizar as flutuações de atividade econômica e fomentar o emprego, enquanto na maioria dos países, a queda da inflação foi acompanhada por queda no crescimento.”
No Brasil, a inflação caiu 8,7 pontos percentuais e o PIB (Produto Interno Bruto) foi revisado para cima (0,3) entre 2022 e 2023. Na média do mundo emergente, a inflação caiu 1,9 e o PIB caiu 4,4 pontos percentuais. E a média no mundo avançado, a inflação caiu 4 e o PIB 2,4 pontos percentuais. “Então, o Brasil se destaca, claramente, numa relação entre queda de inflação e pouco dano ao PIB, e pouco dano ao emprego.”
Audiência no Senado
A reunião com Campos Neto ocorre para que sejam apresentados aos senadores os dados sobre o semestre passado. O encontro acontece uma semana após o Comitê de Política Monetária decidir cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, de 13,75% para 13,25%.
Essa foi a primeira redução da taxa Selic em quase três anos. Na audiência, o presidente do BC também comentou sobre a meta de inflação do país e defendeu o quanto foi importante foi a decisão de manter a meta em 3%.
“A gente viu uma queda nas expectativas de inflação para 2025 e 2026 depois da manutenção da meta. E quando a gente olha a parte implícita de mercado, a gente vê um efeito diferente: a inflação implícita de mercado começou a subir para 25 e 26.”
Segundo Campos Neto, o BC acredita que isso tem correlação com a expectativa fiscal à medida que as propostas forem passando — principalmente quando as medidas de receita forem aprovadas. Para ele, após esse período, este cenário deve ter uma melhora.