Sábado, 27 de abril de 2024

Benjamin Netanyahu convidou Bolsonaro para ir a Israel uma semana após declarar Lula “persona non grata”

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro para visitar Israel uma semana após declarar Luiz Inácio Lula da Silva “persona non grata”. O convite, por carta, foi assinado em 26 de fevereiro de 2024.

As informações são do blog de Andreia Sadi, no portal G1.

O atual presidente brasileiro, Lula, foi declarado “persona non grata” em 19 de fevereiro após o petista comparar as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.

Na carta, Netanyahu agradece pelo “apoio inabalável [de Bolsonaro] a Israel em arenas internacionais”.

“Durante o seu mandato como Presidente do Brasil, as relações entre nossos dois países atingiram novos patamares. Guardo lembranças muito queridas da minha viagem ao Brasil e gostei muito de me encontrar com você.”

Bolsonaro foi convidado alguns dias após pedir a devolução do passaporte, retido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 9 de fevereiro.

Em 25 de fevereiro, Bolsonaro participou de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo. Na ocasião, ele discursou em um trio elétrico no qual subiu exibindo a bandeira de Israel. O gesto não passou despercebido por Netanyahu.

Não foi o primeiro aceno do ex-presidente ao israelense. Alguns dias antes, Bolsonaro publicou um vídeo antigo em que, durante uma entrevista, defende a autonomia de Israel e afirma que gostaria de mudar a embaixada brasileira para Jerusalém.

Em novembro de 2018, Bolsonaro disse que gostaria de fazer a mudança, porém, menos de uma semana depois, afirmou que a decisão não havia sido tomada.

A mudança de endereço da embaixada brasileira — que hoje fica na capital comercial de Israel, Tel Aviv — poderia criar embaraços ao Brasil diante da comunidade internacional.

Mudar a sede brasileira da diplomacia com Israel para Jerusalém poderia ser interpretado pela comunidade internacional como um reconhecimento da Jerusalém Ocidental enquanto capital de Israel em detrimento da Jerusalém Ocidental, reivindicada por Palestinos como capital de um eventual futuro Estado Palestino.

Lula

Lula foi declarado “persona non grata” por ter comparado as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.

A reação das autoridades israelenses foi imediata: “Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.

Mais de 30 mil pessoas já morreram no conflito, que começou em outubro de 2023.

O termo “persona non grata” (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

Katz afirmou também que “a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.

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