Segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de novembro de 2025

Porto Alegre viveu, em novembro, uma noite que ficará marcada na memória da cena cultural gaúcha. A Fundação Bienal do Mercosul, criada há quase três décadas como vetor de democratização da arte contemporânea, iniciou um novo ciclo de gestão para o triênio 2026-2028.
A posse da nova diretoria teve dois momentos simbólicos: a apresentação do plano estratégico no Instituto Caldeira, pela manhã, e a solenidade oficial no Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS), ao cair da noite. Nos jardins do museu, cerca de 340 convidados — artistas, empresários, gestores e representantes do poder público — celebraram a chegada de uma gestão que promete reposicionar a Bienal como plataforma permanente de arte contemporânea.
Pela primeira vez, a Fundação será conduzida por um modelo de copresidência, assumido pelo arquiteto e empresário Márcio Carvalho e pela economista e empresária Maria Fernanda de Lima Santin.
Ambos têm trajetória marcada pela atuação na Associação de Amigos do MACRS (AAMACRS), entidade que viabilizou a construção da sede própria do museu após três décadas de espera.
“A escuta e o diálogo são fundamentais para iniciar este novo ciclo”, afirmou Carvalho, em tom de compromisso. Já Santin destacou o propósito de difundir a arte contemporânea para o maior número de pessoas: “A Fundação Bienal do Mercosul está, acima de tudo, nas pessoas que acreditam nela”.
O plano estratégico da nova gestão foi apresentado sob o título “Escuta e Diálogo – Bases para a Gestão 2026-2028”, estruturado em três eixos centrais:
Além dos copresidentes, a nova diretoria é composta por 12 membros que assumem áreas estratégicas: Ana Espíndola (Relações Institucionais com Mercado), André Jobim de Azevedo (Jurídico), André Malcon (Ativação Transversal nas Artes), André Venzon (Relações Institucionais Culturais), Felipe Braga Corrêa (Administrativo-Financeiro), Gabriela Fontoura Brasil (Social Multifacetada), Gressiana Estevan (Planejamento e Comunicação), Jéssica De Carli (Educativo Permanente), Luciano Faraco (Produção e Projetos Especiais), Rodrigo Azevedo Pereira (Propriedade Intelectual), Vinícius Amorim (Ativação Urbana) e Vitor Ortiz (Relações Institucionais e Governamentais).
Representando o Governo do Estado, o secretário-adjunto da Cultura, Fabiam Thomas.
A nova gestão já definiu uma agenda de eventos para o triênio:
A empresária Carmen Ferrão, que presidiu a Fundação em momentos críticos — durante a pandemia e após a enchente de 2024 — destacou a importância da sucessão e da continuidade institucional. “Deixo a presidência com a sensação de dever cumprido. A Bienal foi mais inclusiva, esteve em 18 espaços expositivos e envolveu mais de 40 galerias de arte, além de iniciativas como o projeto A Arte no Prato”, relembrou.
O desafio da nova gestão será consolidar a Bienal não apenas como realizadora de um evento a cada dois anos, mas como instituição permanente, capaz de posicionar Porto Alegre como polo criativo e turístico de relevância internacional.
Após a solenidade no MACRS, os convidados seguiram para uma confraternização no Rádio Agulha, espaço noturno da capital. Entre brindes, música e conversas descontraídas, artistas e empresários celebraram a nova etapa da Fundação. O clima festivo reforçou o caráter coletivo da posse e simbolizou o início de uma gestão que pretende unir arte, sociedade e diálogo em torno de um projeto transformador.
A posse no MACRS, a apresentação no Instituto Caldeira e a festa no Rádio Agulha marcaram o início de uma nova etapa para a Fundação Bienal do Mercosul. Com a copresidência de Márcio Carvalho e Maria Fernanda Santin, o pacto de escuta e diálogo e os três eixos estratégicos, a Bienal se projeta como plataforma de vanguarda da arte contemporânea sul-americana.
Mais do que um evento, a Bienal busca se consolidar como instituição transformadora, capaz de unir artistas, empresários, governo e sociedade em torno de um propósito comum: democratizar a arte e torná-la vetor de progresso cultural e social no Rio Grande do Sul e na América do Sul. (por Gisele Flores)