Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de maio de 2025
Bill Gates anunciou que vai encerrar a Fundação Gates nos próximos 20 anos. Antes disso, o bilionário vai doar 99% da sua fortuna para a instituição, que tem valor estimado em US$ 107 bilhões.
Se concretizada, a transferência da fortuna estará entre as maiores doações filantrópicas de todos os tempos – superando as contribuições históricas de industriais como John D. Rockefeller e Andrew Carnegie, quando ajustadas pela inflação. Apenas a promessa de Warren Buffett, investidor da Berkshire Hathaway, de doar sua fortuna – atualmente estimada pela Forbes em US$ 160 bilhões – pode ser maior, dependendo das flutuações do mercado de ações.
A doação de Gates será entregue ao longo do tempo e permitirá que a fundação gaste mais US$ 200 bilhões nos próximos 20 anos. “É emocionante ter essa quantia para poder investir nessas causas”, disse Gates.
O anúncio sinaliza tanto uma promessa de apoio contínuo a causas como saúde global e educação quanto o potencial fim da imensa influência mundial da fundação. Gates diz que gastar sua fortuna ajudará a salvar e melhorar muitas vidas agora, o que terá efeitos positivos muito além do fechamento da fundação. Isso também torna mais provável que suas intenções sejam honradas.
“Acho que 20 anos é o equilíbrio certo entre dar o máximo que pudermos para progredir e avisar às pessoas que agora esse dinheiro vai acabar”, disse Gates.
História
A Fundação Gates há muito tempo é inigualável entre as fundações filantrópicas, atraindo apoiadores e detratores – além de inúmeras teorias de conspiração.
Além dos US$ 100 bilhões que gastou desde a sua fundação, há 25 anos, ela direcionou pesquisas científicas, ajudou a desenvolver novas tecnologias e cultivou parcerias de longo prazo com países e empresas.
Cerca de 41% do dinheiro da fundação até agora veio de Warren Buffett e o restante da fortuna que Gates fez na Microsoft.
Criada por Bill Gates e Melinda French Gates, em 2000, a fundação desempenha um papel importante na formação de políticas globais de saúde e conquistou um nicho especial ao estabelecer parcerias com empresas para reduzir o custo de tratamentos médicos para que os países de baixa e média renda pudessem pagar por eles.
“O trabalho da fundação teve um impacto muito maior do que eu esperava”, disse Gates, chamando-a de sua segunda e última carreira.
A influência da fundação na saúde global – desde a Organização Mundial da Saúde até rumos de pesquisas – é tanto uma medida de seu sucesso quanto um ímã para críticas. Durante anos, os pesquisadores perguntaram por que uma família rica deveria ter tanta influência sobre a forma como o mundo melhora a saúde das pessoas e responde a crises.
Gates disse que, como qualquer cidadão comum, ele pode escolher como gastar o dinheiro que ganha e decidiu fazer tudo o que puder para reduzir a mortalidade infantil.
“Isso é uma coisa ruim? Não é uma causa importante? As pessoas podem criticar”, disse ele. “Mas a fundação continuará com seu trabalho de saúde global”.