Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de novembro de 2025
A Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, lançou no fim da tarde dessa quinta-feira (13) seu foguete New Glenn. O veículo partiu rumo ao espaço com duas sondas da Nasa.
O lançamento havia sido adiado duas vezes. No domingo (9), o motivo foi o mau tempo na Terra e, na quarta-feira (12), devido a uma tempestade geomagnética, desencadeada por uma grande explosão de radiação solar.
Enfim, nessa quinta o potente New Glenn, de 98 metros de altura, pôde partir de Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos.
A separação dos dois estágios ocorreu logo depois do lançamento, conforme previsto. Com nove minutos, o propulsor retornou e desceu em uma plataforma posicionada no mar. O segundo estágio manteve sua trajetória, para cumprir o objetivo de deixar as sondas no espaço.
A missão Escapade tem como objetivo estudar a história climática de Marte e preparar o terreno para uma possível exploração humana do planeta vermelho.
Se tudo correr conforme o planejado, as duas sondas carregadas no New Glenn chegarão à órbita marciana em 2027. O lançamento ocorre em meio à competição entre Bezos e Elon Musk, fundador da SpaceX.
A corrida comercial entre os dois bilionários se intensificou em torno do programa Artemis, da Nasa. Recentemente, a agência citou a empresa de Bezos como uma das possíveis alternativas para os EUA voltarem a colocar humanos na superfície lunar.
O voo inaugural do New Glenn em janeiro deste ano foi considerado um sucesso, já que sua carga útil alcançou a órbita e a empresa realizou testes com êxito.
Mas o propulsor não conseguiu aterrissar em uma plataforma no oceano Atlântico e, em vez disso, foi perdido durante a descida. Em sua segunda tentativa, a Blue Origin conseguiu recuperar o propulsor.
A Blue Origin já tinha domínio do pouso vertical com seu foguete suborbital New Shepard, mas o New Glenn trouxe um novo desafio por ser maior.
A SpaceX, que domina o mercado de foguetes, executa essa manobra com o Falcon 9 e já conseguiu demonstrá-la com o Starship.
O lançamento da missão Escapade originalmente estava programado outubro de 2024, mas foi adiado por mais de um ano devido a contratempos no desenvolvimento do New Glenn.
Quando o foguete fez seu voo de teste em janeiro, transportou a própria carga da Blue Origin, um protótipo da espaçonave manobrável Blue Ring que a empresa está criando para o Pentágono e clientes comerciais.
Os satélites Blue e Gold foram construídos para a Nasa pela empresa aeroespacial Rocket Lab, com sede na Califórnia. Seus instrumentos foram fornecidos pela Universidade da Califórnia, Berkeley.
Fundada por Bezos em 2000, até recentemente a Blue Origin era conhecida sobretudo por sua atuação em turismo espacial, ou seja, levar passageiros ricos até a borda do espaço no New Shepard suborbital, um veículo reutilizável de estágio único menor que também transportou mais de 200 experimentos de pesquisa dentro de sua cápsula.
Com o sucesso desta quinta, Escapa se tornou a primeira carga científica entregue ao espaço pela Blue Origin para um cliente, um marco importante para a empresa de Bezos em sua busca para competir com a SpaceX.
A SpaceX já lançou seus foguetes Falcon em quase 280 missões durante os últimos dois anos, a maioria delas servindo ao seu próprio negócio de satélites Starlink.
A Blue Origin gastou bilhões de dólares na última década desenvolvendo o New Glenn, um foguete para transportar humanos e carga para o espaço. Batizado em homenagem a John Glenn, o primeiro americano a orbitar a Terra, ele produz duas vezes mais impulso na decolagem do que o Falcon 9 da SpaceX e aproximadamente o mesmo que o veículo Falcon Heavy, oferecendo mais espaço para carga do que qualquer um de seus rivais.
A Nasa pagou à Blue Origin US$ 18 milhões de dólares pelo voo do New Glenn, de acordo com dados do governo federal.
A Blue Origin também fornece motores para foguetes de outras empresas e tem trabalhado em um módulo de pouso lunar tripulado para o programa Artemis, bem como em uma estação espacial.
Porém, a empresa de Bezos tem um longo caminho para alcançar a SpaceX.
A empresa de Musk está desenvolvendo o Starship, projetado para ser totalmente reutilizável e atender a uma variedade de missões, incluindo voos para a Lua e Marte. Uma vez colocado em serviço, ele se tornará o foguete mais poderoso do mundo.