Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Boca de urna aponta empate entre social-democratas e conservadores na eleição alemã

Os conservadores da União Democrata Cristã (CDU) e seus rivais históricos do Partido Social-Democrata, de centro-esquerda, empataram na eleição geral deste domingo na Alemanha, mostraram pesquisas de boca de urna das emissoras ARD e ZDF, deixando em aberto qual dos partidos liderará o próximo governo, o primeiro em 16 anos que não terá a chanceler Angela Merkel à frente.

O resultado, que está sendo confirmado pelas projeções dos números iniciais da apuração, representa uma derrota para o bloco formado pela CDU e seu partido irmão do estado da Baviera, a União Social-Cristã (CSU), que teriam obtido entre 24% e 25% dos votos. Seria seu resultado mais fraco em uma eleição geral desde o fim da Segunda Guerra Mundial e uma perda de mais de 7 pontos percentuais em relação à última eleição, em 2017.

Já o SPD, de centro-esquerda, ficaria com entre 25% e 26% dos votos, cinco pontos a mais do que obteve em 2017.

Hoje, a CDU e o SPD estão juntos na coalizão liderada por Merkel. O empate abre uma disputa entre o líder social-democrata Olaf Scholz, atual ministro das Finanças, e o o líder democrata cristão Armin Laschet, governador da Renânia do Norte-Vestfália, para ver quem será o novo chanceler.

Logo após o a divulgação das pesquisas de boca de urna, o secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, declarou que seu partido tem “um claro mandato para governar”.

“Lutamos pelo nosso retorno como SPD, o SPD está de volta, o SPD, claramente, tem um mandato para governar”, disse Klingbeil ao canal público ZDF.

O SPD não lidera um governo alemão desde o início deste século, quando governou com o chanceler Gerhard Schröder, entre 1998 e 2005, ano em que Merkel assumiu seu primeiro mandato.

Já o secretário-geral da CDU reconheceu a derrota ao falar sobre “perdas amargas” nas eleições.

“As perdas são amargas em comparação com as últimas eleições”, disse Paul Ziemiak. “Isso dói.”

Haverá negociações com os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP), de direita, para a formação da coalizão de governo. Os primeiros tiveram 15% de votos, segundo as pesquisas de boca de urna, seis pontos a mais do que na eleição anterior, enquanto o FDP ficou com 10%, o mesmo resultado de 2017.

Laschet se disse “insatisfeito com os resultados da eleição”, que, na opinião dele, representam “um grande desafio para a Alemanha e para todos os partidos democráticos”. Pela primeira vez, disse, a coalizão que governará o país poderá ser formada por três partidos.

“Faremos todo o possível para construir um governo liderado pelos conservadores, porque os alemães agora precisam de uma coalizão futura que modernize nosso país”, afirmou. “Provavelmente será a primeira vez que teremos um governo com três siglas.”

Já Olaf Scholz disse estar satisfeito com o desempenho de seu partido:

“É claro que estou feliz com o resultado da eleição”, disse o social-democrata em Berlim. “É um grande sucesso. Muitos eleitores deixaram claro que querem uma mudança de governo e que o próximo chanceler se chame Olaf Scholz.”

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