Quinta-feira, 03 de julho de 2025

Bola assinada por Neymar e furtada durante ato bolsonarista era um presente; entenda

A bola assinada pelo jogador de futebol Neymar Jr., furtada do museu da Câmara dos Deputados durante o ato do 8 de Janeiro em Brasília, foi um presente da delegação do Santos Futebol Clube ao ex-deputado federal Marco Maia (PT), que era presidente da Casa na época. Maia contou que achou justa a condenação do homem acusado do furto.

Nelson Ribeiro Fonseca Junior foi condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, furto qualificado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.

De acordo com Maia, ele recebeu a bola como presente na sessão solene que coordenou em homenagem ao centenário do Santos Futebol Clube, em abril de 2012. Na ocasião, dirigentes e jogadores do time estiveram em Brasília.

“O Neymar, na época, era muito jovem ainda, era um menino, e já participava desta sessão solene lá na Câmara dos Deputados”, disse o ex-parlamentar. Maia conta que chegou a ‘jogar com o atleta’.

“Troquei embaixadinhas de cabeça com o Neymar com esta bola. Depois deste evento, ela acabou se transformando num símbolo desta comemoração de 100 anos do Santos Futebol Clube”.

O ex-deputado contou que Neymar e outros jogadores do clube da Baixada Santista assinaram o objeto em dedicatória ao museu.

“Pedi que escrevessem. […] Mesmo que o presente tenha sido dado a mim pessoalmente, é uma tradição da Câmara dos Deputados. E:sses presentes são revertidos ao museu, portando, a partir daí, ficam sob a guarda da Câmara e são colocados em exposição no Salão Verde”, explicou.

Bola furtada

A bola estava desaparecida desde a invasão ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023. Maia disse que se surpreendeu com a notícia do ataque. “Fiquei mais perplexo ainda quando soube que a bola havia sido roubada e que estava no lugar incerto, ninguém sabia onde se encontrava”, afirmou o ex-presidente da Câmara dos Deputados.

O político disse que chegou a visitar o Congresso Nacional dias após a invasão e chegou a chorar ao ver os itens que restaram no museu danificados.

“Era uma cena triste, lamentável e que denota a existência de uma parcela da sociedade brasileira que não respeita e que não tem a dimensão da importância histórica que tem o parlamento, que tem as instituições brasileiras”, relembrou.

A peça foi encontrada na Vila Jardini, em Sorocaba (SP), no dia 28 de janeiro do mesmo ano. Na época, Nelson Ribeiro Fonseca Junior, de 34 anos, entrou em contato com a Polícia Militar afirmando estar com o objeto que havia sido furtado do museu da Câmara dos Deputados durante o ato bolsonarista em Brasília. Ele pediu orientações à PM sobre o que fazer com a bola.

Segundo o relato, ele pegou a bola para devolvê-la, mas não conseguiu entregá-la aos policiais por causa do confronto e decidiu levá-la para casa, para posteriormente apresentá-la às autoridades. Na ocasião, ele foi ouvido e liberado.

Em março de 2023, ele foi preso em Sorocaba (SP) durante a oitava e maior fase da Operação Lesa Pátria, que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em todo o país por suspeita de envolvimento nos ataques de 8 de janeiro.

Nelson integrou o grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília, após a derrota do candidato à reeleição nas urnas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Nelson a 17 anos de prisão. Maia acredita que o homem acusado pelo furto deve sofrer as consequências legais, junto com as demais pessoas que invadiram o Congresso.

“Acho justo que, até como exemplo para a sociedade e para o mundo, essas pessoas sejam punidas. Afinal de contas, elas atentaram contra o patrimônio público, contra o patrimônio que é de todo o povo brasileiro, não é de uma pessoa ou de outra. A gente pode concordar ou não com as opiniões, com as posições dos parlamentares, dos deputados, dos senadores, dos ministros, mas nada nos dá o direito de depredar o patrimônio que é público”.

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