Quarta-feira, 25 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 24 de junho de 2025
O mercado de trabalho do Rio Grande do Sul se manteve estável no primeiro trimestre de 2025, com taxas de participação na força de trabalho de 66,5% e nível de ocupação de 63 %. A taxa de desocupação no período foi de 5,3%, acompanhando movimento sazonal observado no Brasil.
É o que aponta a nova edição do Boletim de Trabalho do Rio Grande do Sul divulgado nesta terça-feira (24). Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, os indicadores do Rio Grande do Sul mostraram estabilidade, enquanto outras unidades da federação registraram retrações ou avanços pontuais. O documento é elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
O boletim foi realizado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Nos 12 meses encerrados em abril de 2025, o Rio Grande do Sul somou 69,5 mil vínculos formais adicionais, um crescimento de 2,4%. O setor de serviços liderou as contratações, com 39,9 mil vagas (57,4% do saldo). Pelo critério da variação relativa, destacou-se a construção, com expansão de 3,8%. A indústria registrou avanço de 1,7%, sinalizando recuperação gradual após resultados negativos em 2024.
O destaque do período foi o avanço do emprego entre trabalhadores com 18 e 24 anos, que responderam por mais de 70% das vagas criadas. Do total, 62,8% dos vínculos adicionados foram ocupados por mulheres, que se destacaram também em setores tradicionalmente masculinos, como a indústria.
A taxa de informalidade permaneceu estável no Estado (31,2%) e segue como a quinta menor entre as 27 unidades da Federação. No primeiro trimestre, o número absoluto de ocupados informais foi de 1,88 milhão de pessoas, com queda de 3,4% na margem.
O rendimento médio mensal real habitual dos ocupados no Rio Grande do Sul ficou em R$ 3.770 no primeiro trimestre de 2025, valor estável em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já na comparação interanual, frente ao primeiro trimestre de 2024, o indicador apresentou crescimento de 6,8%, atingindo o maior valor da série histórica da PNAD Contínua no Estado.
A massa de rendimento real habitual dos ocupados também permaneceu estável na margem. No entanto, na comparação interanual, registrou aumento de 9,1%, impulsionado tanto pelo crescimento do rendimento médio quanto pela elevação do contingente de ocupados no RS no período (2,2%).
A geração de empregos formais, no acumulado dos últimos 12 meses, foi liderada pelas faixas etárias mais jovens. Enquanto a maioria dos grupos acima de 30 anos apresentou saldos negativos – ou seja, mais desligamentos que admissões –, os trabalhadores mais jovens registraram saldo positivo.
Entre os menores de idade (até 17 anos), o principal segmento empregador, tanto no recorte de março de 2024 a março de 2025 quanto no acumulado desde março de 2020, foi o setor de mercados e hipermercados. Na faixa de 18 a 24 anos, que também respondeu por parcela expressiva dos empregos gerados nos dois períodos, destacaram-se como principais empregadores os segmentos de atendimento hospitalar, transporte de cargas e comércio de produtos farmacêuticos.