Sábado, 06 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de setembro de 2025
O Ibovespa atingiu uma nova máxima histórica nessa sexta-feira (5). O principal índice da Bolsa Brasileira fechou em alta de 1,17%, alcançando os 142.640 pontos — acima do recorde registrado em 29 de agosto, quando atingiu 141.422 pontos. O dólar fechou em queda de 0,63%, cotado a R$ 5,4129.
Os investidores reagiram aos dados do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, um dos principais termômetros da atividade no mercado de trabalho americano. Os números vieram abaixo das projeções e reforçaram a expectativa de corte nos juros americanos neste mês.
A taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%, sinalizando uma desaceleração no ritmo de contratações e aumentando as chances de que o banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), reduza os juros ainda este mês – movimento que tende a influenciar diretamente o fluxo de capitais para países emergentes, como o Brasil.
“Um relatório de empregos mais fraco do que o esperado praticamente sela um corte de 25 pontos-base na taxa de juros neste mês”, disse Olu Sonola, chefe de Pesquisa Econômica dos EUA na Fitch Ratings. “No curto prazo, é provável que o Fed priorize a estabilidade do mercado de trabalho em detrimento de seu mandato de inflação, mesmo com a inflação se afastando ainda mais da meta de 2%.”
A possível queda dos juros nos EUA aumenta o apetite por risco dos investidores, favorecendo a bolsa brasileira e valorizando o real frente ao dólar.
No Brasil, o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que acompanha a variação dos preços praticados pelas indústrias na saída dos produtos. Em julho, o indicador registrou queda de 0,3%.
Também no contexto doméstico, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, acompanhado de diretores do BC, apresentou medidas voltadas ao fortalecimento da segurança do Sistema Financeiro Nacional.
— Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
IPP no Brasil
Os preços ao produtor no Brasil recuaram 0,3% em julho sob influência do setor de alimentos, marcando a sexta taxa negativa consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta.
A queda, no entanto, perdeu força após deflação de 1,27% em junho, levando o Índice de Preços ao Produtor (IPP) a acumular em 12 meses avanço de 1,36%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram quedas de preços na comparação mensal.
As maiores influências no resultado geral de julho foram exercidas por alimentos (-0,33 ponto percentual), metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).
“A influência mais intensa, do setor de alimentos, foi negativa e ajuda a explicar o resultado geral da indústria. Excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva, de 0,03 ponto, ou seja, grande parte dos motivos para o IPP permanecer no campo negativo em julho vem da queda dos alimentos”, explicou Murilo Alvim, gerente do IPP.
Em termos de variação, os destaques foram indústrias extrativas (+2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (+1,41%).
O setor de alimentos teve queda de 1,33%, a sexta no ano, mas também menos intensa do que a taxa de junho (-3,42%).
Segurança
Após ataques de “hackers” a instituições financeiras, o Banco Central anunciou medidas para reforçar a segurança do sistema financeiro. Os atos foram aprovados pela diretoria da autarquia.
Em entrevista coletiva, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que os ataques foram feitos pelo crime organizado.
Para Galípolo, as chamadas fintechs e os grandes bancos – sediados na Avenida Faria Lima em São Paulo – também são vítimas de criminosos.
Entre as medidas de segurança para o Pix e o TED, o BC determinou um limite de R$ 15 mil para as operações feitas por meio das instituições de pagamento não autorizadas pelo BC e daquelas que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional através de prestadores de serviços.
O limite de R$ 15 mil busca impedir repasses vultosos em uma única transação, apertando o certo contra operações criminosas.
As medidas, conforme informado pela Reuters, buscam apertar as normas para as prestadoras de serviços de tecnologia da informação (PSTIs), categoria na qual se enquadram a C&M Software e a Sinqia, companhias que foram alvo de ataques que levaram a desvios milionários de recursos neste ano.