Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de julho de 2025
Parlamentares bolsonaristas da Câmara dos Deputados e do Senado anunciaram um conjunto de medidas de apoio a Jair Bolsonaro e de enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto das investigações em andamento contra o ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, que tramitam na Corte.
Além de exercer pressão para que a Câmara dos Deputados coloque em votação, logo após o recesso parlamentar, o projeto de anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, os bolsonaristas também se articulam para que o Congresso aprove propostas que limitem os poderes do Supremo. Segundo os parlamentares, essas ações são uma resposta direta ao que chamam de “perseguição política” contra Bolsonaro e seus aliados.
Entre as medidas discutidas está uma proposta para alterar as regras do foro privilegiado, com o objetivo de reduzir a competência do STF em processos que envolvam parlamentares. Outra frente será a tentativa de retomar a pauta do impeachment de ministros do Supremo, especialmente de Alexandre de Moraes, figura central nos inquéritos que envolvem Bolsonaro. Essa proposta, no entanto, enfrenta resistência dentro do próprio Senado, onde o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já se manifestou contrário à judicialização de disputas políticas.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que todos os parlamentares bolsonaristas vão usar seus mandatos para “dar voz a Jair Bolsonaro”, que atualmente está proibido de conceder entrevistas ou utilizar redes sociais por decisão de Moraes. “O nosso objetivo é usar todos os mecanismos legislativos para tirar o Brasil da ditadura da toga”, declarou Cavalcante, em referência ao que os bolsonaristas consideram um abuso de poder do Judiciário.
Além das ações no Legislativo, a oposição organizou a criação de três subcomissões temáticas. A primeira, liderada pelo deputado Gustavo Gayer (PL-GO), será responsável pela estratégia de comunicação dos parlamentares bolsonaristas, tanto nas redes sociais quanto em veículos tradicionais. A segunda subcomissão, sob o comando de Cabo Gilberto Silva (PL-PB), terá como missão articular a mobilização interna no Congresso, pressionando os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco, para pautarem os projetos da oposição.
Já a terceira subcomissão será encarregada de organizar manifestações populares em apoio a Bolsonaro. De acordo com Cavalcante, estão previstas mobilizações em todas as capitais no dia 3 de agosto. Os deputados Zé Trovão (PL-SC) e Rodolfo Nogueira (PL-MS) serão os responsáveis pelas convocações, aproveitando sua influência entre caminhoneiros e empresários do agronegócio, respectivamente.
Participaram do anúncio parlamentares de seis partidos: Republicanos, PP, Novo, PSD, União Brasil e PL. (Com informações da coluna Radar, da revista Veja)