Quarta-feira, 25 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 24 de junho de 2025
Na semana do próximo ato convocado pelos bolsonaristas, para o domingo (29) na Avenida Paulista, pedindo “Justiça”, um temporal se prepara para cair sobre os integrantes do Centrão – com assento na Esplanada dos Ministérios – que não largam a mão do ex-presidente Jair Bolsonaro nem partem para a oposição, e os mais fiéis escudeiros que, desde sempre, estiveram ao lado do capitão reformado do Exército.
O dilúvio se deve ao fato de que os “bolsonaristas raiz” querem, de uma vez por todas, que o Centrão escolha um lado. Ou bem continuam sendo ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou bem largam os cargos e passam a compor as fileiras de Bolsonaro, que, na opinião dos mais próximos, precisa de todo apoio neste momento.
O pastor Silas Malafaia, um dos principais apoiadores de Bolsonaro e organizador dos atos públicos que o ex-presidente tem feito no Rio e São Paulo, foi às redes sociais para responder e atacar o líder do PP, deputado Dr. Luizinho (RJ).
Segundo a colunista Mônica Bergamo, Luizinho, em um almoço com empresários em Brasília, lembrou que Bolsonaro está inelegível e que “atrapalha a direita ao não dizer claramente quem será seu candidato em 2026”.
Bastante irritado com os comentários de Luizinho, Malafaia foi às redes sociais e respondeu: “Vou responder ao líder do PP dr. Luizinho. O que atrapalha é essa pseudo-direita, prostituta, que se vende para o governo Lula e tem ministros no seu governo e que usa Bolsonaro quando interessa. Bolsonaro tem que fazer uma chapa pura para presidente e deixar esses vendilhões de lado”. A mesma opinião é manifestada pelo senador Jorge Seif (PL), ex-ministro da Pesca e outros muito próximos ao presidente.
Não é de hoje que o Centrão manifesta seu desconforto com a situação de Bolsonaro e a falta de, pelo menos, uma sinalização de como ele se prepara para as eleições de 2026. Inelegível até 2030 e com grandes possibilidades de ser preso no processo que julga sua decisiva participação na tentativa de golpe de Estado do 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro tem circulado por todo o País, como se candidato fosse, e não dá sinais de querer escolher um dos nomes já postos para substitui-lo.
Circulam desde nomes de políticos como os governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o de Minas Gerais, Romeu Zema, até familiares do ex-presidente como algum dos seus filhos ou mesmo sua mulher, Michelle, que nunca administrou absolutamente nada.
Entre todo esse pessoal, o nome que continua despontando como favorito é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Mas, sabendo que pode se queimar se for com muita sede ao pote, tenta se manter, publicamente, alheio aos comentários de apoio, como se não tivessem nada a ver com ele.
Apesar da gritaria de Malafaia, o Centrão está muito longe de querer embarcar numa canoa furada, se Bolsonaro escolher um candidato que seja considerado inviável. Nomes como o do presidente do PP, Ciro Nogueira, que foi ministro-chefe da Casa Civil no governo de Bolsonaro, têm manifestado sua lealdade. Mas eles esperam que o ex-chefe escolha alguém que realmente possa ganhar a eleição, derrotando o PT.
(Monica Guglian/AE)