Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de outubro de 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou o assassinato dos três médicos no Rio de Janeiro, na madrugada da última quinta-feira, mas fez questão de ressaltar que a criminalidade no Brasil tem crescido devido a “proximidade do governo com a bandidagem”.
“Eu morei ali do lado, no condomínio, por muito tempo. No Rio de Janeiro, assim como no Brasil todo, a criminalidade tem crescido, porque o atual governo tem uma proximidade muito grande com a bandidagem. Por ocasião das eleições, o único local que ele (Lula) foi aplaudido foi nos presídios”, disse Bolsonaro em entrevista ao desembarcar em Belo Horizonte.
Bolsonaro ainda ironizou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, com quem seus aliados têm protagonizado embates no Congresso Nacional. O ex-presidente ainda fez comentários sobre o corpo do ministro.
“É um homem de muita coragem, pelo tamanho que ele tem, pelo volume corporal que ele tem, de entrar em regiões conflagradas pelo tráfico sem qualquer proteção do estado. Isso comprova a proximidade da esquerda no Brasil com o que há de errado no nosso país. Lamentamos o passamento dos três médicos, que salvem o quarto. Perdemos e muito com essas ações, a bandidagem sabe que eles serão dificilmente alcançados”, completou Bolsonaro.
Entre os médicos assassinados estava o irmão da deputada federal Samia Bonfim (PSOL-SP), Diego Ralf Bomfim, o que mobilizou a classe política. Nikolas Ferreira (PL-MG) que acompanha Bolsonaro em BH, havia lamentando o ocorrido e prestado seus pêsames à colega de Câmara.
Já na madrugada dessa sexta-feira (6), a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos dentro de dois carros. A Delegacia de Homicídios acredita que eles são os traficantes responsáveis por executar três médicos ortopedistas na orla da Barra da Tijuca.
Suspeitos executados
Os quatro suspeitos do triplo homicídio de médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, podem ter sido mortos entre 10 e 12 horas após o crime. A hipótese deriva de um laudo produzido por peritos da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) a partir da análise das condições dos quatro cadáveres, que mostra que dois deles aparentavam estar em rigidez muscular generalizada. Segundo especialistas, uma mudança bioquímica provoca esse enrijecimento dos corpos a partir desse intervalo de tempo.
De acordo com o documento, os cadáveres de dois dos criminosos encontrados na Rua Abraão Jabor, no Camorim, também na Zona Oeste, já apresentavam a condição de rigidez muscular generalizada às 22h40 de quinta-feira. Nesses, havia ainda orifícios típicos de ação perfuro-contundente, provocados por disparos de armas de fogo e facadas, nas regiões dorsal, lombar, torácica, epigástrica e flanco direito.
Professor da Universidade Federal da Alagoas, o médico legista George Samuel Sanguinetti explica que o tempo para que ocorra essa rigidez generalizada sofre variações de diversos fatores. Ele afirma ainda que somente o exame cadavérico, feito pela pelos peritos no Instituto Médico-Legal (IML), poderá atestar essas informações com maior precisão.