Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de outubro de 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu, na tarde desta quarta-feira (18), à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. Entretanto, o ex-chefe do Executivo não prestou o depoimento que estava previsto.
A PF intimou o ex-presidente para prestar esclarecimentos no inquérito que investiga um grupo de empresários que defendiam golpe de Estado e ruptura democrática em mensagens disseminadas em redes sociais.
No celular de um desses empresários, a Polícia Federal encontrou uma mensagem enviada em junho do ano passado pelo contato “PR Bolsonaro 8” com teor golpista. Em entrevista a jornalistas em frente à sede da PF, Bolsonaro disse que os advogados dele decidiram apresentar razões de defesa por escrito, informando que ele vai exercer o direito ao silêncio.
“A minha presença aqui hoje é em função do inquérito, foi conhecido como dos empresários. Ok? Fui incluído nele depois de vários meses, tendo em vista a mensagem que eu tinha passado, em especial, para Meyer Nigri, que é empresário em São Paulo, que eu conheço desde antes das eleições de 2018”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente disse também que as mensagens divulgadas a empresários eram “de cunho pessoal e privadas”.
Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação que também é advogado do ex-presidente, declarou que nenhuma mensagem “tinha juízo de valor”.
“Portanto, é injustificável considerar que um grupo de WhatsApp, que tenha trocado mensagens privadas contendo ideias e pensamentos, possa ser enquadrado em uma narrativa de organização criminosa sem que tenhamos qualquer conduta concreta”, diz a petição dos advogados.
Bolsonaro foi intimado a depor no inquérito dos empresários no dia 22 de agosto deste ano. No dia seguinte, admitiu ter enviado a mensagem de tom golpista ao empresário Meyer Negri, da Tecnisa.
“Mandei para o Meyer. Qual o problema?”, disse, segundo divulgado pela “Folha de S. Paulo”. A mensagem de junho de 2022 atacava, sem provas, o sistema eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral, o STF e o instituto de pesquisas Datafolha.