Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de julho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou a aliados que uma eventual fuga para os Estados Unidos não está em seus planos. O principal motivo, segundo ele, seria a impossibilidade de permanecer longe da esposa, Michelle Bolsonaro. De acordo com relatos de pessoas próximas, Bolsonaro teria dito que não suportaria ficar afastado por longos períodos da ex-primeira-dama. Michelle, que atualmente se prepara para disputar uma vaga no Senado e é também apontada por setores do PL como potencial candidata à Presidência da República, deve permanecer no Brasil, o que tornaria difícil para o casal manter contato constante caso Bolsonaro optasse por deixar o país.
Outro fator que pesa contra a ida de Bolsonaro para os Estados Unidos, segundo seus interlocutores, são as condições de saúde do ex-presidente. Ele enfrenta fragilidades físicas desde que sofreu um atentado em 2018 e passou por várias cirurgias. Além disso, os altos custos da medicina privada norte-americana, com os quais teve contato direto durante uma viagem em 2023, também são considerados impeditivos. Bolsonaro ficou impressionado com os valores cobrados por consultas e tratamentos, o que o levou a considerar que, mesmo em liberdade, não conseguiria manter um padrão de atendimento médico adequado nos EUA sem grande desgaste financeiro.
Diante desse cenário, Bolsonaro teria indicado que prefere permanecer no Brasil, mesmo que venha a ser preso. Segundo seus aliados, ele acredita que a anistia política será aprovada, em algum momento, o que o livraria das atuais acusações. Assim, avalia que seria menos dramático enfrentar um possível regime de prisão domiciliar no país, ao lado da família, do que viver no exterior isolado de seus entes mais próximos.
Na noite de segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um pedido formal de condenação do ex-presidente por supostamente integrar uma organização criminosa. De acordo com a PGR, há expectativa de que a condenação e eventual prisão possam ocorrer até o mês de outubro.
A possibilidade de Bolsonaro pedir asilo político nos Estados Unidos, especialmente após declarações de Donald Trump em sua defesa — nas quais o ex-presidente norte-americano afirmou que Bolsonaro é vítima de perseguição política — chegou a ser considerada tanto por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto por pessoas próximas ao ex-presidente.
Apesar disso, Bolsonaro tem repetido que sua decisão já está tomada. Em conversas recentes com integrantes de seu núcleo mais próximo, reafirmou que a distância da família o impediria de tomar o mesmo caminho de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que já esteve nos EUA. Caso seja preso, pretende permanecer em casa, em regime domiciliar, onde continuaria próximo a Michelle e ao restante da família. (Com informações da Folha de S.Paulo)