Domingo, 29 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de junho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em seu perfil no X, neste sábado (28), que desconfia da saúde mental do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fazendo referência à primeira-dama Janja da Silva, Bolsonaro alfinetou: “nem a sua parceira deve aguentar mais meu nome na sua boca”.
A declaração foi uma resposta a críticas feitas por Lula durante agenda pública em Araguatins (TO), na sexta-feira (27). Na ocasião, o petista acusou Bolsonaro de cometer “vagabundagem” e disse que “enquanto tiver forças, nunca mais um cidadão mentiroso vai ganhar as eleições nesse país para enganar o povo”.
No X (antigo Twitter), Bolsonaro reagiu e pediu que Lula parasse de “cantar ele”, apontando desconfiar da saúde mental do petista.
“Lula, pare de me cantar todos os dias. Nada do que você tem a oferecer me interessa. Qualquer ser humano de bom senso desconfia de sua saúde mental. Nem a sua parceira deve aguentar mais meu nome na sua boca”, disse o ex-presidente.
Durante a cerimônia de entrega de títulos de regularização fundiária no Tocantins, Lula também ironizou o apoio do agronegócio ao ex-presidente.
“Não vou perguntar para quem o fazendeiro votou. Não me interessa. Não quero saber se ele é um fazendeiro que faz Pix para ajudar o Bolsonaro na vagabundagem dele. O que quero saber é se ele está produzindo para o país. Se ele estiver ajudando o país, vai ter crédito. Nós devemos muito à agricultura brasileira”, disse Lula.
A mais recente sondagem de opinião pública divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas, na última terça-feira (24), mostra que Lula perderia as eleições presidenciais, em um eventual segundo turno, para Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O atual chefe do Palácio do Planalto só ganharia do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Contra Jair Bolsonaro, em um cenário espontâneo Lula empataria no primeiro turno, de acordo com o levantamento. Vale ressaltar que Bolsonaro está inelegível até 2030, após ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em reunião com embaixadores, antes das Eleições de 2022.
Inquérito do golpe
Bolsonaro afirmou que ainda vê uma saída favorável no processo em que é investigado por um suposto golpe de Estado depois das eleições de 2022. Ele ainda chamou o suposto plano de “fumaça” e “golpe fictício”, dizendo que a Justiça “não tem nada” contra ele.
“Agora estou nesse golpe fictício, nessa fumaça chamada golpe de Estado. Não tem nada contra mim”, disse em entrevista à Rádio AuriVerde.
O ex-chefe do Executivo citou ainda o procurador-geral da República, Paulo Gonet, dizendo que espera que ele arquive o caso. Na ocasião, Bolsonaro disse que Gonet é o relator da ação. Esse posto, porém, é ocupado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Espero que o relator, doutor Paulo Gonet, chegue nessa mesma conclusão e arquive esse processo”, finalizou.
A denúncia da PGR atribui cinco crimes a Bolsonaro:
– Organização criminosa armada;
– Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
– Golpe de Estado;
– Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
– Deterioração de patrimônio tombado.
Caso seja condenado, Bolsonaro pode pegar até 39 anos de prisão, segundo especialistas consultados pela CNN antes do julgamento.
Por unanimidade, a Primeira Turma do STF tornou o ex-presidente e mais sete aliados réus no processo. No começo de junho, ao ser interrogado pela Corte, Bolsonaro negou que ele ou comandantes das Forças Armadas tenham tido conversas sobre uma tentativa de golpe de Estado, mas admitiu ter discutido “possibilidades” para contestar as eleições de 2022.