Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de junho de 2022
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não há “indícios mínimos de corrupção” cometida pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na última quarta-feira, dia 22, pela Operação Acesso Pago, que investiga o “gabinete paralelo” instalado na pasta. Em entrevista no programa 4 por 4, deste domingo (26), Bolsonaro afirmou que, em seu entender, Ribeiro foi “preso injustamente”.
Ignorando a investigação da Polícia Federal (PF) e as suspeitas levantadas contra o ex-ministro, o presidente disse que o motivo da prisão é criar narrativas contra seu governo. “O objetivo é constranger, humilhar, dizer que o governo é corrupto”, afirmou, alegando que o Ministério Público (MP) foi contra a prisão.
Sem considerar os casos de corrupção já revelados em seu governo, Bolsonaro acrescentou que “Até o momento não tem qualquer indício de qualquer coisa contra um ministro meu”. No entanto, além de Milton Ribeiro, outros ministros foram afastados envolvidos em investigações. O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou o ministério durante uma investigação por atuação ilegal em favor de madeireiros. O ex-ministro de Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por sua vez, foi acusado de participar de um esquema de desvio de verbas apelidado do “laranjal mineiro”.
Além disso, no caso de Milton, Bolsonaro não mencionou o favorecimento à atuação de pastores na distribuição de verbas do Ministério da Educação (MEC), tampouco os áudios em que o ex-ministro diz que o presidente o avisou sobre a operação.
Grampos da Polícia Federal registraram diálogos com ao menos três pessoas diferentes. Em um deles, com uma pessoa de nome Waldomiro, o ex-ministro da Educação afirma: “Mas eu acho assim, que o assunto dos pastores… é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de… o processo… fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?”. Já em outro diálogo, com a filha, o aliado do presidente diz: “ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? se houver indícios né…”.
O ex-ministro Milton Ribeiro foi solto na quinta-feira, dia 23, quando o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cassou sua prisão preventiva.