Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de julho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (13) que “não se alegra” com tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em postagem nas redes sociais, o ex-chefe do Executivo brasileiro disse que a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 é o caminho barrar o aumento das sanções econômicas impostas pelo governo americano.
“O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia”, escreveu Bolsonaro.
Na quarta-feira, Trump anunciou a taxação em retaliação ao que classificou como “caça às bruxas” contra o ex-presidente, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Em uma carta publicada na sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que o julgamento contra o brasileiro “não deveria estar acontecendo”. Segundo o republicano, a taxação — que começará a valer a partir de 1° de agosto — foi motivada “pelos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”, citando, além de Bolsonaro, uma suposta “censura” contra Big Techs americanas.
Enquanto o governo petista aposta no discurso de soberania nacional para contornar a crise, bolsonaristas tentam atribuir a culpa pela taxação ao Planalto. Neste domingo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que o governo vai editar, até esta terça-feira (15), o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade, que permite ao Brasil responder à tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. Alckmin ressaltou, entretanto, que o governo ainda trabalha para reverter a tarifa.
A pauta do 8 de janeiro também foi levantada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que elogiou a decisão de Trump e pediu uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para o ex-presidente e para todos os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.
“Apelamos para que as autoridades brasileiras evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades. Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão — especialmente online — e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”, disse o deputado na quarta-feira.
O filho do ex-presidente culpou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, pela decisão de Trump. Moraes é o relator do caso da trama golpista, na qual Jair Bolsonaro é suspeito de liderar uma tentativa de impedir o presidente Lula de tomar posse.
“O presidente Trump, corretamente, entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com o respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária. O presidente americano entendeu que esse establishment também precisa arcar com o custo desta aventura. Por isso, a partir de 1º de agosto, empresas brasileiras que desejarem acessar o maior mercado consumidor do planeta estarão sujeitas ao que se pode chamar de ‘Tarifa-Moraes’”, disse Eduardo.
(Com informações do jornal O Globo)