Terça-feira, 02 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de agosto de 2025
O ministro Alexandre de Moraes determinou que a polícia fique de olho em Jair Bolsonaro. O objetivo é evitar que o ex-presidente fuja do País para escapar da provável condenação por tentativa de golpe. Em ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República (PGR) Paulo Gonet disse que seria “de bom alvitre” reforçar a vigilância sobre o capitão. Moraes considerou a ideia “adequada e necessária” para a aplicação da lei penal.
Moraes afirmou que há risco de fuga, principalmente pela atuação do filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos buscando influenciar as autoridades daquele país contra o Judiciário brasileiro.
O ministro também citou a proximidade do julgamento do processo em que Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
‘Nesse sentido, as ações incessantes de EDUARDO NANTES BOLSONARO, estando inclusive localizado em país estrangeiro, demonstram a possibilidade de um risco de fuga por parte de JAIR MESSIAS BOLSONARO, de modo a se furtar da aplicação da lei penal”, escreveu o ministro.
Nesta segunda, a PGR já havia opinado a favor do monitoramento integral de Bolsonaro, citando risco de fuga.
De acordo com a decisão de Moraes, equipes devem realizar vigilância em tempo real do endereço residencial de Bolsonaro.
O capitão já fez de tudo para melar o julgamento marcado para começar na semana que vem. Sua defesa tentou tirar o caso do Supremo. Não conseguiu. Depois pediu para transferi-lo da Primeira Turma para o plenário. Também não deu certo.
As manobras para deslocar o foro seguiram as regras do jogo. O problema foi quando o ex-presidente deixou de confiar nos advogados para apelar à ajuda da Casa Branca.
Num ataque ao Brasil, Donald Trump elevou tarifas e revogou vistos para tentar acuar o Supremo. Em seguida enquadrou o ministro Moraes na Lei Magnitsky, editada para punir terroristas e ditadores.
O presidente americano tem usado a força bruta para perseguir opositores políticos em seu próprio país. Não pensaria duas vezes antes de conceder asilo a um aliado em apuros na América do Sul.
Bolsonaro também não teria constrangimento em correr para os Estados Unidos. Ensaiou fazer isso no fim de 2022, quando voou para a Flórida no penúltimo dia de mandato.
O capitão já mapeou ao menos outras duas opções de fuga. No ano passado, escondeu-se por duas noites na embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido. Com medo de uma ordem de prisão, estava pronto para pedir socorro ao ultradireitista Viktor Orbán.
Na semana passada, a Polícia Federal revelou que o celular de Bolsonaro guardava o rascunho de outro pedido de asilo. Ele apelaria à ajuda de Javier Milei, agora às voltas com suspeitas de corrupção na Argentina.
O ex-presidente diz que nunca pretendeu fugir, mas cumpre prisão domiciliar a 15 minutos de carro do setor que concentra as embaixadas em Brasília. No dia em que foi levado para calçar a tornozeleira eletrônica, ele deu a deixa: “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”. (Com informações do blog de Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo)