Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de abril de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro não tem usado filtros ao retratar a sua internação no hospital DF Star, em Brasília. Em uma série de publicações nas redes sociais, ele expõe as sondas e os drenos afixados ao seu corpo seminu, com hematomas e uma cicatriz que tem a extensão do abdômen.
Na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Bolsonaro recupera-se da cirurgia de desobstrução intestinal a que foi submetido, no domingo (13), depois de ter passado mal, durante uma viagem a Santa Cruz, no Rio Grande do Norte.
As imagens, afirmam pesquisadores, avivam a estética do grotesco, marcante no governo passado, e servem agora para unir o eleitorado de direita ao redor da figura do ex-presidente, ainda que a Justiça Eleitoral o tenha declarado inelegível até 2030.
Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo), Giselle Beiguelman diz que Bolsonaro busca emocionar os apoiadores, uma necessidade diante do surgimento de tantos nomes que já se posicionam como presidenciáveis da direita para 2026.
Giselle conta que a direita bolsonarista entendeu que as imagens, onipresentes nas redes sociais, constituem, hoje, o campo político por excelência. Por isso, as publicações não são apenas documentos sobre o estado de saúde do ex-mandatário, mas peças de comunicação.
Não à toa, a escrita torna-se coadjuvante, reservada a legendas que apenas reiteram, em curtos tópicos, a mensagem das fotografias. Nelas, diz Giselle, Bolsonaro assume a posição de uma “vítima resiliente”. O ex-presidente já fez outras cinco cirurgias desde que, em 2018, levou uma facada, durante uma agenda de campanha. As internações passaram a ser conteúdo para as redes, adquirindo significados distintos de acordo com a conjuntura política. (Com informações da Folha de S.Paulo)