Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de fevereiro de 2022
O presidente Jair Bolsonaro participou na manhã dessa quarta-feira (16), madrugada no Brasil, de cerimônia em homenagem a soldados do exército russo mortos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), época em que a Rússia era a comunista União Soviética. Ele não usava máscara de proteção contra a covid.
Foi o primeiro compromisso do presidente na visita oficial à Rússia. Mais tarde, ele se encontrou com o presidente Vladimir Putin no Kremlin, sede do governo local, considerado o ponto alto da viagem.
Bolsonaro fez entrega de flores no monumento conhecido como “túmulo do soldado desconhecido”, erguido em nome de militares mortos sem identificação durante o confronto com os nazistas.
Junto aos Estados Unidos, os soldados do exército da União Soviética tiveram papel decisivo para a derrota das tropas alemãs de Adolf Hitler na Segunda Guerra.
A homenagem com referências ao passado comunista da Rússia acontece no momento em que Bolsonaro tenta reciclar o discurso de combate à esquerda e ao comunismo, de olho nas eleições de 2022.
Ao anunciar sua viagem à Rússia, o chefe do Executivo, que quer disputar a reeleição, garantiu a apoiadores que o presidente russo, Vladimir Putin, seria “conservador”.
A solenidade contou com honrarias militares e execução do hino nacional brasileiro pela banda do Exército russo. Além de autoridades militares do país, estavam presentes os ministros Carlos França (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-geral da Presidência) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). O embaixador do Brasil na Rússia, Rodrigo Baena Soares, também marcou presença.
Monumento
Ao contrário do que circula em alguns perfis nas redes sociais, não se trata do jazigo do líder comunista Lenin, mas de uma espécie de sepulcro presente em diversos países que já participaram de algum confronto, como os Estados Unidos e a Inglaterra.
O monumento do soldado desconhecido é uma obra simbólica em memória de todos os soldados que morreram em guerras e não tiveram seus corpos identificados. Na Rússia, lembra o embate do então exército da comunista União Soviética contra os nazistas. O túmulo fica nos Jardins de Alexandre, em frente ao hotel Four Seasons, onde o presidente se hospedou em Moscou, próximo ao Kremlin e à Praça Vermelha.
Nos Estados Unidos, a homenagem fica no cemitério de Arlington, considerado nobre por abrigar o sepulcro de personagens célebres da história americana, como o ex-presidente John F. Kennedy. É tradição no país que o presidente eleito, em sinal de respeito, visite o monumento, como fez Joe Biden em sua posse.
Na França, o túmulo do soldado desconhecido foi construído em 1921, antes mesmo da Segunda Guerra, embaixo do Arco do Triunfo. Em Portugal, a homenagem leva o nome de Templo da Pátria e está no Mosteiro de Santa Maria. Na Inglaterra, a obra fica na Abadia de Westminster, em Londres.
No Brasil, o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial homenageia os soldados brasileiros que morreram no confronto. Os corpos dos combatentes foram exumados e trazidos ao País em 1960. As urnas sem identificação passaram a simbolizar o “soldado desconhecido” após solenidade com o presidente da República daquela ocasião, Juscelino Kubitschek.
Na Índia, os soldados mortos em batalha são lembrados por uma chama acesa permanentemente e que é conhecida como “a chama do soldado imortal”. Na América do Sul, um equivalente ao túmulo do soldado desconhecido fica na Argentina, onde uma urna cinerária contém os restos de combatentes do embate que culminou na independência do país, o Combate de San Lorenzo.