Terça-feira, 11 de novembro de 2025

Bolsonaro pede anulação da delação de que seu ex-ajudante Mauro Cid mentiu em depoimento

O ex-presidente Jair Bolsonaro cobrou a anulação do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, após um vazamento de mensagens trocadas entre o ex-auxiliar e pessoas próximas.

Pelas redes sociais, Bolsonaro voltou a fazer críticas ao processo, que classificou como “perseguição”, “caça às bruxas” e “um processo movido por vingança”. No entanto, ainda não houve manifestação formal de sua defesa sobre a delação de Cid após o vazamento.

“Essa delação deve ser anulada. Braga Netto [ex-ministro] e os demais devem ser libertados imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”, publicou.

Segundo o ex-presidente, “a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras”. “Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, pontuou.

O ex-presidente se baseia em um reportagem da revista Veja, publicada na última quinta-feira (12), com imagens de conversas entre Mauro Cid e uma pessoa próxima sobre o inquérito que apura a suposta trama de golpe de Estado após as eleições de 2022. Como os diálogos estão em um aplicativo de mensagens, representaria uma violação pelo tenente-coronel, que ficou proibido de usar redes sociais durante o período em que cumpria medidas restritivas.

Além disso, as mensagens mostram uma contradição entre as informações fornecidas por Cid à Polícia Federal e as versões que contava para outras pessoas.

Nesta sexta-feira, chegou a ser decretada a prisão de Mauro Cid, mas a decisão foi revogada logo depois pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da revogação da prisão, o militar foi levado para a sede da PF, para prestar um novo depoimento. Ele será questionado em investigação que mira o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que teria atuado para obter a expedição de um passaporte português para Cid fugir do Brasil.

A família do tenente-coronel deixou o Brasil no fim de maio, pouco antes do interrogatório dele e de outros sete réus do chamado “núcleo crucial” na ação penal. Parentes do militar seguiram para Los Angeles (EUA), em um voo com escala no Panamá.

Bolsonaro, Cid e mais seis ex-integrantes do último governo, incluindo três generais do Exército, são réus em um processo no STF, acusados de liberar uma tentativa de ruptura democrática no final de 2022 para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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