Terça-feira, 04 de novembro de 2025

Bolsonaro vai à igreja com Michelle, que discursa sobre dias difíceis para o marido

Minutos depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidir pela manutenção das medidas cautelares, mas descartar uma prisão preventiva, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou nesta quinta-feira (24) de um culto evangélico ao lado da mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O casal compareceu à Catedral da Benção, em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal.

Na celebração religiosa, Bolsonaro chegou a chorar ao ouvir o sermão da pastora Ezenete Rodrigues, que pregou com uma bandeira do Brasil na mão.

Michelle também discursou e falou sobre a situação jurídica de seu marido, que acompanhou da plateia.

“você que está vivendo uma censura prévia e está tendo seu direito de liberdade de expressão violado, quero dizer que Deus está no controle de todas as coisas (…) o inimigo tem tentado destruir a nossa nação”, disse Michelle.

A ex-primeira-dama fez um discurso religioso afirmando que eles vão vencer porque Cristo venceu:

“Dói não poder sair com a família, mas eu serei obediente ao meu chamado. A liberdade prevalecerá”.

Em nova decisão proferida nesta quinta-feira, Moraes afirmou que as medidas cautelares impostas ao ex-presidente não incluem veto a entrevistas e participação de eventos públicos, apesar de estar proibido de usar redes sociais.

O ministro também reiterou que Bolsonaro está proibido de manter contato com outros investigados e deixar o Distrito Federal sem autorização judicial.

Em silêncio desde que foi intimado a prestar esclarecimentos sobre supostas violações das medidas impostas, Bolsonaro tem adotado uma agenda reservada e restrita à sede do PL, partido ao qual é filiado, e à própria residência.

Michelle, que recentemente assumiu mais protagonismo político à frente do PL Mulher, tem reforçado o discurso religioso e conservador do casal e também é apontada como possível plano B eleitoral da direita. A presença dos dois no templo reforça a estratégia de manter viva a conexão com a base evangélica, um dos pilares do bolsonarismo.

Censura

O subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos, Darren Beattie, afirmou nesta quinta-feira (24) que o ministro Alexandre de Moraes é o “coração pulsante” do processo de “perseguição” e “censura” contra Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi publicada no X (antigo Twitter).

De acordo com o diplomata, os EUA estão atentos e “tomando medidas” graças às ações do presidente Donald Trump e do secretário de Estado, Marco Rubio. Mais tarde, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou a postagem do subsecretário.

Beattie é subsecretário no Departamento de Estado dos EUA, um órgão similar ao Ministério de Relações Exteriores no Brasil. A publicação foi feita algumas horas após Alexandre de Moraes responder a defesa do ex-presidente com uma advertência sobre o cumprimento de medidas restritivas impostas, mas descartando a prisão preventiva.

Na semana passada, Moraes impôs medidas cautelares a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição do uso de redes sociais de forma direta ou por meio de terceiros. Ele foi acusado de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e ataque à soberania nacional.

No mesmo dia, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou em seu perfil no X que os vistos do ministro e de seus aliados serão revogados. Outros sete ministros da Corte também receberam a penalidade.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Brasil vence a Alemanha e vai à semifinal da Liga das Nações de Vôlei
Comitiva do Senado inicia viagem no fim de semana para debater tarifas dos Estados Unidos
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play