Sexta-feira, 05 de setembro de 2025

Braga Netto quebra dente na prisão, e Exército solicita ao Supremo autorização para fisioterapia e exames

O ex-ministro Walter Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro, quebrou o dente na semana passada e precisou ser atendido na unidade militar onde está detido. Após esse atendimento, o Exército solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a realização de uma série de exames e procedimentos, incluindo infiltração no joelho e fisioterapia.

Braga Netto é general da reserva e por ser isso tem a prerrogativa de ficar preso em uma unidade militar. Ele está detido desde dezembro do ano passado no Comando da 1ª Divisão de Exército, que fica na Vila Militar, no Rio. Ele é um dos réus da ação penal da trama golpista, que começou a ser julgada nesta semana no STF, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras seis pessoas.

Um ofício enviado pelo comandante da divisão, general Fabiano de Lima Carvalho, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, informou que o ex-ministro passou por um “atendimento odontológico emergencial” no dia 28 de agosto, por uma “queixa de fratura dentária”. Foi solicitada uma radiografia.

No mesmo documento, Carvalho reitera um pedido que já havia sido feito, para agendar uma série de procedimentos, que serão realizados em organizações militares de saúde: infiltração no joelho, fisioterapia, endoscopia, colonoscopia, ecocardiograma e ressonância magnética (quadril, ombro e joelho). Na quarta-feira, Moraes determinou que o Exército informe as datas, horários e endereços dos procedimentos.

Preso preventivamente desde dezembro de 2024, por ordem de Moraes, Braga Netto está detido em unidade militar em razão da prerrogativa de ser general da reserva. Ele é réu ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro em ação penal que apura a suposta trama golpista após as eleições de 2022. Também respondem ao processo o ex-ministro da Defesa Augusto Heleno, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros aliados.

O julgamento será retomado na terça-feira (9), com os votos dos cinco ministros da Primeira Turma do STF.

José Luís Oliveira Lima, advogado do general Walter Souza Braga Netto, foi o último a falar durante o julgamento desta semana. Ele passou boa parte do seu tempo contestando a validade da delação de Mauro Cid, disse que “não fica em pé de jeito nenhum’. Para o advogado, Cid “mente descaradamente”.

“Eu sou um defensor do acordo de delação premiada. Mas ele tem que ser coerente, tem que ter provas”.
Para ele, o documento tem “vícios”.

“Não se pode condenar alguém com base em uma narrativa. Tem que se condenar por provas”.
Ele também afirmou que o tenente-coronel do Exército foi pressionado a delatar, o que já foi negado pela própria defesa de Cid.

O advogado afirmou que o ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice nas eleições presidenciais de 2022 é “inocente” e deve ser absolvido no julgamento sobre tentativa de golpe.

A exemplo da defesa dos demais réus, o advogado de Braga Netto reclamou da quantidade de documentos anexados ao processo e do pouco tempo para analisá-los. “É evidente que a defesa foi cerceada”, afirmou José Luis de Oliveira Lima.

Sobre a acusação que Braga Netto teria levado dinheiro para financiar o plano golpista, o advogado disse que Cid não foi assertivo sobre a data e as circunstâncias da entrega.

“É essa fala que vai pôr na cadeia o meu cliente por mais de 20 anos, 30 anos? É com essa mentira, com esse vai e volta que o meu cliente vai permanecer na cadeia e vai morrer no cárcere? Ele não consegue dizer onde foi, ele não consegue precisar a data”.

A Procuradoria-Geral da República afirma que o general coordenou as ações mais violentas do grupo acusado de tramar um golpe de Estado após as eleições de 2022. E teve papel central na engrenagem golpista, mantendo contato direto com os manifestantes e articulando ações clandestinas com militares ligados ao governo.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Tagliaferro: saiba quem é o ex-assessor de Alexandre de Moraes usado por bolsonaristas
O que a imprensa internacional disse sobre o julgamento de Bolsonaro: “Provocação a Trump”
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play