Terça-feira, 29 de abril de 2025

Brasil registra déficit em conta corrente de 2,2 bilhões de dólares em março

O Brasil registrou um déficit em transações correntes menor do que o esperado no mês de março, embora os investimentos diretos no país (IDP) tenham ficado bem abaixo das projeções de mercado. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), revelando um cenário misto para as contas externas do país.

De acordo com o BC, o déficit em transações correntes foi de US$ 2,245 bilhões (equivalente a R$ 12,8 bilhões) em março. No acumulado de 12 meses, o saldo negativo totalizou o equivalente a 3,21% do PIB (Produto Interno Bruto), mostrando uma leve melhora em relação aos 3,28% registrados em fevereiro.

O número veio abaixo da expectativa do mercado, que projetava um déficit maior. Pesquisa realizada pela agência Reuters com especialistas apontava para um saldo negativo de US$ 2,950 bilhões (R$ 16,8 bilhões) no mês. Em comparação, no mesmo período de 2024, o déficit havia sido significativamente maior: US$ 4,087 bilhões (R$ 23,2 bilhões).

Dentro da conta corrente, a renda primária apresentou déficit de US$ 5,781 bilhões (R$ 32,9 bilhões) em março, melhorando em relação ao rombo de US$ 6,675 bilhões (R$ 38 bilhões) registrado no mesmo mês do ano anterior. Já a balança comercial registrou superávit robusto, com saldo positivo de US$ 7,637 bilhões (R$ 43,4 bilhões), superior aos US$ 6,352 bilhões (R$ 36,1 bilhões) de março de 2024.

Por outro lado, a conta de serviços teve desempenho mais negativo, com déficit de US$ 4,352 bilhões (R$ 24,8 bilhões), acima do déficit de US$ 3,893 bilhões (R$ 22,1 bilhões) no mesmo período do ano anterior.

Em relação aos investimentos diretos no país, o resultado frustrou as expectativas. O IDP em março somou apenas US$ 5,990 bilhões (R$ 34,1 bilhões), bem abaixo dos US$ 8,529 bilhões (R$ 48,5 bilhões) estimados pela pesquisa da Reuters e dos US$ 10,236 bilhões (R$ 58,2 bilhões) observados em março de 2024.

Segundo analistas, “o déficit em conta corrente do Brasil nos últimos 12 meses não está mais coberto totalmente pelos investimentos diretos no país”. Isso é relevante porque o IDP é considerado uma fonte sólida e sustentável de financiamento externo. Nos 12 meses até março, o IDP correspondeu a 3,19% do PIB, abaixo dos 3,38% registrados até fevereiro.

Esse desequilíbrio crescente pode representar um alerta para a economia brasileira, especialmente se a tendência de desaceleração nos investimentos produtivos persistir nos próximos meses. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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