Por Redação do Jornal O Sul | 27 de outubro de 2025
A estimativa de cura para pacientes brasileiros com câncer de próstata pode chegar a 98%. A avaliação é de Gilberto Laurino Almeida, supervisor de robótica do Departamento de Terapia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Segundo Almeida, os resultados dependem do estágio da doença, do tipo de câncer e do momento em que o paciente foi tratado. “No início da doença, a chance de cura é alta. Em estágio avançado, ela é menor”, explicou.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 71.730 novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2025. Depois do câncer de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente entre homens brasileiros. Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2023, ocorreram 17.093 óbitos, uma média de 47 mortes por dia.
Novembro Azul
Almeida reforça a importância da prevenção. “Não é só a próstata. É a saúde do homem como um todo. Para viver mais, o homem precisa se cuidar”. A Campanha Novembro Azul 2025 da SBU busca lembrar os brasileiros da importância de consultas regulares ao urologista.
Como parte da iniciativa, haverá um mutirão de atendimentos em Florianópolis (SC), no dia 12 de novembro, dentro do 40º Congresso Brasileiro de Urologia. Homens com suspeita de câncer de próstata serão encaminhados para biópsia e, se necessário, para tratamento especializado.
Segundo o especialista, entre 85% e 90% dos casos são esporádicos, sem origem familiar. “O preventivo é consultar o urologista pelo menos uma vez ao ano. Pegando o tumor no início, a cura é possível na maioria dos casos”, afirmou.
SUS e cirurgia robótica
Atualmente, a prostatectomia robótica é o procedimento mais adotado para retirada de tumores. Almeida celebrou a decisão do Ministério da Saúde de incorporar a técnica ao Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com câncer avançado. No entanto, alertou que há lacunas: “Não existem robôs suficientes no SUS nem equipes totalmente preparadas. A implementação real pode levar mais tempo do que os 180 dias previstos”.
O procedimento robótico permite visão 3D ampliada e movimentos mais precisos, com um cirurgião no console e outro próximo ao paciente. A cirurgia laparoscópica difere da endoscópica, que é feita pela uretra. Para pacientes com câncer localizado, a estimativa de cura chega a 98% quando o diagnóstico ocorre no estágio inicial.
