Sábado, 02 de agosto de 2025

Brasil teve mais de 2,4 mil terremotos nos últimos 10 anos, mostra estudo

Do dia 1º de agosto de 2015 a 31 de julho de 2025, ou seja, um intervalo equivalente a dez anos, o Brasil teve 2.450 terremotos. O levantamento é do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). O número é expressivo, mas a maioria dos tremores passa despercebida, diferentemente do abalo sísmico de magnitude 8,8 registrado na Rússia na última quarta-feira (30).

Pela estatística levantada, é como se a cada três dias houvesse dois terremotos no solo brasileiro. A maioria dos tremores não é perceptível para a população, portanto, figura apenas nas estatísticas de centros que pesquisam o tema.

Sismólogo da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), Gilberto Leite explica que a percepção de um terremoto depende de vários fatores.

“Depende do tamanho do evento, mas também, principalmente, da profundidade, da distância do centro do evento, de onde está a população. Também vai depender da geologia local e, até mesmo, da altura que as pessoas estão”, lista.
No período analisado, os três terremotos com maior magnitude foram de 7,5 (1) e 7 (2) pontos. Todos eles ocorreram na região de fronteira entre Brasil e Peru. As estatísticas avaliadas apontam que 81,2% (1.989) dos 2.450 terremotos tiveram magnitude inferior a 3. Entre domingo (27/7) e a última sexta-feira (1º), houve oito terremotos, todos eles com magnitudes de 1,9 a 2,9.

Leite ressalva que o ranqueamento das localidades com mais terremotos deve ser feito com cuidado, pois as regiões mais propensas aos eventos não obedecem à divisão geográfica, que, pontua ele, tem diferenças de tamanho entre os estados, o que pode dar uma visão distorcida dos dados.

“A gente tem várias áreas físicas no país, regiões que estão mais potentes quanto aos terremotos. Na região sudeste, temos eventos frequentemente ali entre Minas Gerais e São Paulo. A região nordeste também, frequentemente, tem os terremotos na região de Pernambuco, no Rio Grande do Norte, a região chamada da Bacia Potiguar”, exemplifica o sismólogo.

Um dos terremotos mais lembrados da história do Brasil ocorreu justamente na região nordeste, nas proximidades da cidade de João Câmara (RN), em 1986. Ele foi percebido por importante número de pessoas, provocou danos em edifícios da localidade e milhares de pessoas tiveram de ser deslocadas. Eram 2h19 quando houve o tremor de magnitude 5,1 pontos.

A estabilidade do Brasil em relação a terremotos mais potentes está associada ao fato de o Brasil ficar em cima de uma placa tectônica e não sobre o encontro entre elas.

“A gente pode imaginar que, dentro da placa, tem várias regiões que são mais suscetíveis à ocorrência de terremotos, que seriam regiões de fraqueza ou regiões nas quais há um acúmulo maior de fogo. E é isso permite a ocorrência desses eventos que a gente chama de intraplaca”, pontua Leite.

O terremoto registrado na Rússia na quarta-feira deixou parte do mundo em alerta. O evento atingiu magnitude 8,8. Após o tremor, foram emitidos alertas de tsunamis para parte dos Estados Unidos, Japão, Filipinas, Chile e Peru, entre outros países.

Autoridades de serviços de defesa civil se colocaram de prontidão para alertar para que as populações suscetíveis aos tsunamis se protegessem. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por exemplo, se pronunciou em um pedido para que os americanos ficassem seguros. Os tsunamis se confirmaram em muitas localidades. Houve ondas com altura acima do normal e velocidade atípica. No Japão, por exemplo, elas provocaram estragos em edificações. (Com informações do portal de notícias Metrópoles)

 

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