Terça-feira, 15 de julho de 2025

Brasileira viaja ao Equador para cobrir a Copa América Feminina por conta própria

A estreia da Seleção Brasileira Feminina na Copa América, realizada no último domingo (13) em Quito, não foi apenas marcada pela vitória por 2 a 0 sobre a Venezuela — com gols de Amanda Gutierres e Duda Sampaio — mas também por uma história que começa fora de campo e revela o poder transformador do jornalismo apaixonado. A publicitária e estudante de Jornalismo, Patrícia Gonçalves, de 28 anos, decidiu realizar um sonho antigo: cobrir uma competição internacional in loco, contando as histórias que o futebol feminino ainda luta para tornar visíveis.

Apaixonada pelo esporte e engajada na valorização das mulheres nos gramados, Patrícia criou uma vaquinha online para ajudar a custear sua estadia de 25 dias no Equador. A meta inclui passagens, hospedagem, alimentação e transporte, mas até agora apenas cerca de 10% foi arrecadado. Mesmo diante das dificuldades, ela embarcou na missão que definiu como um divisor de águas na sua trajetória.

“Sempre imaginei este momento: dentro de um estádio internacional, crachá no peito, microfone na mão e a missão de contar a história do futebol feminino de perto”, relatou. “Cobrir esta Copa América é o primeiro passo de algo muito maior.”

A partida de estreia da Seleção teve público aquém do esperado no Estádio Chillogallo. Patrícia identificou falta de divulgação local e ingressos com preços pouco acessíveis como fatores principais. A presença brasileira, por outro lado, fez a diferença na atmosfera: “Vi torcidas organizadas fazendo festa na entrada. Parecia até que só tinha brasileiro aqui!”, disse.

Comparando com experiências anteriores — como os amistosos entre Brasil e Japão em São Paulo e Bragança Paulista — Patrícia notou uma distância emocional da torcida equatoriana em relação ao evento. “Falta aquele calor humano das arquibancadas cheias. Por outro lado, isso só aumentou minha vontade de mostrar que o futebol feminino precisa ser celebrado em todos os cantos do continente.”

Vivendo cada momento com intensidade e improviso, Patrícia reforça que sua presença em Quito vai além da cobertura esportiva: é um manifesto pessoal pela representatividade e pelo reconhecimento das atletas que há décadas constroem, com talento e resistência, a história do futebol feminino na América do Sul.

“Estava acordada quatro dias antes da Copa América e pensei: ‘Não vou perder isso por nada’. Quando cheguei ao estádio, só conseguia pensar: ‘Era aqui que eu devia estar mesmo’.”

A missão de Patrícia continua — nas arquibancadas, nas ruas e nas redes sociais — transformando cobertura em movimento, microfone em mensagem, e sonho em história que merece ser contada.

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