Sábado, 25 de janeiro de 2025

Brasileiro narra desespero ao fugir de ataques em rave: nasci de novo

Daniel Cohen é brasileiro, com cidadania israelense. Ao ir se divertir em uma festa de música eletrônica com os amigos, não imaginou que viveria os momentos mais assustadores da sua vida até então. O festival brasileiro de música eletrônica, há poucos metros da fronteira com a Palestina, no Sul do Estado de Israel, tinha começado na noite da última sexta (6) e iria até o fim da tarde de sábado (7), mas por volta das 6h da manhã, a festa foi interrompida por um bombardeio vindo da Faixa de Gaza.

Daniel sobreviveu aos ataques do Grupo Hamas na rave Universo Paralello. Ele narra o desespero ao fugir do grupo islâmico: “nasci de novo”. O brasileiro conseguiu fugir e, com a ajuda da empresa de tecnologia que trabalha, foi para a Espanha. Ainda muito abalado com o que aconteceu, relembra as cenas de terror e fala com tristeza de quem ficou em Israel.

Dois brasileiros, Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu, foram tragicamente encontrados mortos após os ataques terroristas. Daniel relata o último encontro com eles. “Ficamos na mesma barraca. Depois, soube que morreram”, conta.

Ao menos 260 pessoas foram mortas no local. O jogador de futevôlei Nathan Obadia, de 30 anos, é um dos brasileiros que conseguiram escapar com vida. Nas redes sociais, Obadia chorou ao contar os momentos de pânico que viveu com amigos durante a fuga do evento.

“A gente tava indo para Tel Aviv, mas tinha terrorista [no caminho]. Fizemos a volta para retornar na direção da festa, mas um trânsito se formou e o moleque que estava dirigindo, o Fusco [amigo de Nathan] pegou a direita e falou ‘vamos fugir desse trânsito’. Era tudo meio um mato e entramos num campo aberto. Só tinha nosso carro no meio. Na hora, os caras [terroristas do Hamas] começaram a ‘largar bala’ em cima da gente. Foi tiro pra caramba”, contou Obadia.

Para escapar do intenso tiroteio, Nathan contou que o grupo acelerou o carro, mas o vidro do veículo foi atingido por disparos e os estilhaços atingiram o brasileiro.

“Foi um inferno, uns 15, 20 minutos de uns 300 tiros em cima da gente. Não dá para saber exatamente, mas foi muito tiro. E a festa rolando, outras pessoas passando tentando fugir e tomando tiro no carro também. Eles começaram a largar [tiros] na gente. Teve até tiro de bazuca”.

O grupo surpreendido pelos terroristas fugiu a pé e foram auxiliados por soldados israelenses que estavam em ronda pela fronteira.

“Eles se meteram no meio da confusão e começaram a trocar tiros com os caras [terroristas]. Os soldados também começaram a tomar tiro e falaram para a gente ‘corre agora se não vocês vão morrer’. Aí comecei a correr… Tinha meio que um barranquinho atrás da gente. Eu mantive o carro de escudo e me joguei de cabeça no barranco. Pensei ‘ou do outro lado tem mais árabe ou tem exército. Seja o que Deus quiser’”, declarou o jogador.

Ao menos 260 pessoas foram mortas. O festival de música eletrônica aconteceu cerca de 500 metros da fronteira com a Faixa de Gaza, comandado pelo braço armado do Hamas. Os participantes disseram que o local do evento foi divulgado apenas uma hora antes do início, como acontece geralmente com eventos do tipo em solo israelense.

O festival de música eletrônica atacado tem origem brasileira e foi criado pelo DJ Swarup, pai do DJ Alok. A organização brasileira publicou uma nota sobre o ataque em Israel.

“Estamos profundamente chocados com os últimos acontecimentos em Israel envolvendo ataques simultâneos sem precedentes em diversas regiões do país pelo Hamas. Como muitos de vocês sabem, o evento ‘Tribe of Nova edição Universo Paralello’ estava sendo realizado na região Sul, próximo à Faixa de Gaza no último dia 6, um dos lugares atacados”, diz o comunicado.

 

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