Sexta-feira, 05 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de setembro de 2025
Por questões geográficas e climáticas, esportes de neve não estão entre os mais praticados entre os brasileiros. Mas ano a ano, cresce o interesse por esse tipo de exercício. Na última década, por exemplo, o Brasil representou entre 25 e 30% do total de esquiadores no Chile, segundo o embaixador brasileiro no país, Paulo Pacheco.
No Valle Nevado Ski Resort, uma das principais estações do hemisfério Sul e que acaba de estender a temporada até outubro, os brasileiros representam 60% dos hóspedes.
Este ano, o Brasil também assumiu a liderança mundial na venda de pacotes de neve do Club Med, ultrapassando a França, que tradicionalmente ocupava o topo do ranking.
“O número de hóspedes brasileiros nos resorts de ski do Club Med aumenta consideravelmente a cada ano”, diz o presidente do Club Med para a América Latina, Janyck Daudet. “Os destinos mais procurados pelos brasileiros são Tignes, La Rosière, Val Thorens, Alpez D’Huez e Serre Chevalier.”
Mas o que explica a popularidade desse esporte?
De acordo com um estudo publicado na Frontiers in Physiology, o esqui, especialmente quando praticado regularmente, pode contribuir para um envelhecimento saudável por sua associação com um estilo de vida mais saudável, incluindo níveis mais elevados de atividade física.
“O esqui e o snowboard são atividades de alta exigência que acabam criando um condicionamento físico para aqueles que praticam com regularidade. Além da prática esportiva, é o tipo de atividade que une pessoas, e isso é uma coisa legal porque gera um benefício do ponto de vista físico e social”, diz o médico Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva do hospital Albert Einstein e da Rede D’Or.
Evidências apontam que o esqui oferece benefícios cardiometabólicos. Em relação ao gasto calórico, isso varia de 300 a 500 calorias por hora, dependendo do esforço e da intensidade de quem pratica.
Mas o esqui realmente se diferencia de outras atividades quando se trata de ativar os músculos, em especial da parte inferior do corpo. Um estudo no Journal of Sports Science and Medicine mostra que o esqui é um treino completo para os membros inferiores.
“O esqui nórdico, aquele que você fica caminha arrastando o esqui, é espetacular e dá uma capacidade aeróbica absurda”, diz o médico especialista em medicina do esporte e fisiologia do exercício Paulo Zogaib, coordenador da medicina esportiva do Esporte Clube Pinheiros. “Já no esqui alpino e o snowboard, você faz um trabalho isométrico, de contração muscular constante, que também representa um esforço bem razoável e promove saúde.”
No entanto, é justamente esse esforço dos membros inferiores que está associado a um dos principais riscos da atividade.
“A lesão mais frequente no esqui é a de joelho, do ligamento cruzado anterior. Como a bota trava o tornozelo, a pessoa acaba compensando os movimentos com o joelho”, explica Cortelazo.
Outro risco são as lesões de ombro, seguida de fraturas de membros superiores. Em última instância, em especial para quem percorre terrenos que excedem suas habilidades, há risco de lesões graves, concussões e até morte.
Dito isso, está mais do que claro que é preciso tomar alguns cuidados. A primeira recomendação é para quem está começando: não pule as aulas. Pode ser chato, mas essa é uma etapa fundamental da prática segura.
“Precisa começar devagar e com aprendizado motor. Isso melhora a coordenação neuromuscular e minimiza os riscos de lesão”, pontua Zogaib.
Para quem já esquia, o que ajuda a prevenir lesões é realizar atividades físicas regulares que melhoram o condicionamento físico e fortalecem a musculatura. Evitar pistas que estão acima d a sua capacidade também é primordial.
Outro ponto fundamental, mas que muitas pessoas não levam a sério é usar os equipamentos adequado. Não se deve usar o equipamento emprestado de um amigo . Tanto a bota, quanto os esquis, os bastões e a prancha de snowboard precisam ser do tamanho certo do usuário.
Além de todos os desafios inerentes ao esporte, o corpo ainda tem que lidar com a altitude. A exposição rápida a grandes altitudes, geralmente acima de 2.500 metros, pode desencadear uma condição conhecida como “mal da montanha”.
Os principais sintomas são dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, fadiga excessiva, dificuldade para dormir, falta de apetite e falta de ar leve. Esses sintomas costumam melhorar com descanso, hidratação e adaptação ao local.
“A baixa temperatura e umidade do ar são uma combinação propícia para a desidratação. Isso piora quando se adiciona a prática de exercícios. Então é preciso lembrar de beber muita água”, orienta Zogaib.
Se esses sintomas se agravarem, é preciso administrar oxigênio ou descer para altitudes menores porque há risco de condições graves como edema pulmonar e cerebral.
Outro sintoma comum são pequenos sangramentos pelo nariz devido ao clima frio e seco. A recomendação é fazer lavagem nasal com soro fisiológico e usar uma gola para cobrir o nariz e a boca durante a prática de esporte.
Por último, mas não menos importante, esquiar oferece mais do que apenas descargas de adrenalina e prazer. Manter o corpo ereto enquanto desce a montanha com esquis ou snowboard exige equilíbrio e muita concentração. Além disso, os cenários naturais espetaculares criam uma sensação de admiração que ajuda a reduzir o estresse, aumentar a a conexão e promover o bem-estar.
Além disso, independentemente do nível – iniciante ou profissional – a sensação ao superar os medos e atingir os objetivos contribui para a autoconfiança.
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de setembro de 2025
Por questões geográficas e climáticas, esportes de neve não estão entre os mais praticados entre os brasileiros. Mas ano a ano, cresce o interesse por esse tipo de exercício. Na última década, por exemplo, o Brasil representou entre 25 e 30% do total de esquiadores no Chile, segundo o embaixador brasileiro no país, Paulo Pacheco.
No Valle Nevado Ski Resort, uma das principais estações do hemisfério Sul e que acaba de estender a temporada até outubro, os brasileiros representam 60% dos hóspedes.
Este ano, o Brasil também assumiu a liderança mundial na venda de pacotes de neve do Club Med, ultrapassando a França, que tradicionalmente ocupava o topo do ranking.
“O número de hóspedes brasileiros nos resorts de ski do Club Med aumenta consideravelmente a cada ano”, diz o presidente do Club Med para a América Latina, Janyck Daudet. “Os destinos mais procurados pelos brasileiros são Tignes, La Rosière, Val Thorens, Alpez D’Huez e Serre Chevalier.”
Mas o que explica a popularidade desse esporte?
De acordo com um estudo publicado na Frontiers in Physiology, o esqui, especialmente quando praticado regularmente, pode contribuir para um envelhecimento saudável por sua associação com um estilo de vida mais saudável, incluindo níveis mais elevados de atividade física.
“O esqui e o snowboard são atividades de alta exigência que acabam criando um condicionamento físico para aqueles que praticam com regularidade. Além da prática esportiva, é o tipo de atividade que une pessoas, e isso é uma coisa legal porque gera um benefício do ponto de vista físico e social”, diz o médico Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva do hospital Albert Einstein e da Rede D’Or.
Evidências apontam que o esqui oferece benefícios cardiometabólicos. Em relação ao gasto calórico, isso varia de 300 a 500 calorias por hora, dependendo do esforço e da intensidade de quem pratica.
Mas o esqui realmente se diferencia de outras atividades quando se trata de ativar os músculos, em especial da parte inferior do corpo. Um estudo no Journal of Sports Science and Medicine mostra que o esqui é um treino completo para os membros inferiores.
“O esqui nórdico, aquele que você fica caminha arrastando o esqui, é espetacular e dá uma capacidade aeróbica absurda”, diz o médico especialista em medicina do esporte e fisiologia do exercício Paulo Zogaib, coordenador da medicina esportiva do Esporte Clube Pinheiros. “Já no esqui alpino e o snowboard, você faz um trabalho isométrico, de contração muscular constante, que também representa um esforço bem razoável e promove saúde.”
No entanto, é justamente esse esforço dos membros inferiores que está associado a um dos principais riscos da atividade.
“A lesão mais frequente no esqui é a de joelho, do ligamento cruzado anterior. Como a bota trava o tornozelo, a pessoa acaba compensando os movimentos com o joelho”, explica Cortelazo.
Outro risco são as lesões de ombro, seguida de fraturas de membros superiores. Em última instância, em especial para quem percorre terrenos que excedem suas habilidades, há risco de lesões graves, concussões e até morte.
Dito isso, está mais do que claro que é preciso tomar alguns cuidados. A primeira recomendação é para quem está começando: não pule as aulas. Pode ser chato, mas essa é uma etapa fundamental da prática segura.
“Precisa começar devagar e com aprendizado motor. Isso melhora a coordenação neuromuscular e minimiza os riscos de lesão”, pontua Zogaib.
Para quem já esquia, o que ajuda a prevenir lesões é realizar atividades físicas regulares que melhoram o condicionamento físico e fortalecem a musculatura. Evitar pistas que estão acima d a sua capacidade também é primordial.
Outro ponto fundamental, mas que muitas pessoas não levam a sério é usar os equipamentos adequado. Não se deve usar o equipamento emprestado de um amigo . Tanto a bota, quanto os esquis, os bastões e a prancha de snowboard precisam ser do tamanho certo do usuário.
Além de todos os desafios inerentes ao esporte, o corpo ainda tem que lidar com a altitude. A exposição rápida a grandes altitudes, geralmente acima de 2.500 metros, pode desencadear uma condição conhecida como “mal da montanha”.
Os principais sintomas são dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, fadiga excessiva, dificuldade para dormir, falta de apetite e falta de ar leve. Esses sintomas costumam melhorar com descanso, hidratação e adaptação ao local.
“A baixa temperatura e umidade do ar são uma combinação propícia para a desidratação. Isso piora quando se adiciona a prática de exercícios. Então é preciso lembrar de beber muita água”, orienta Zogaib.
Se esses sintomas se agravarem, é preciso administrar oxigênio ou descer para altitudes menores porque há risco de condições graves como edema pulmonar e cerebral.
Outro sintoma comum são pequenos sangramentos pelo nariz devido ao clima frio e seco. A recomendação é fazer lavagem nasal com soro fisiológico e usar uma gola para cobrir o nariz e a boca durante a prática de esporte.
Por último, mas não menos importante, esquiar oferece mais do que apenas descargas de adrenalina e prazer. Manter o corpo ereto enquanto desce a montanha com esquis ou snowboard exige equilíbrio e muita concentração. Além disso, os cenários naturais espetaculares criam uma sensação de admiração que ajuda a reduzir o estresse, aumentar a a conexão e promover o bem-estar.
Além disso, independentemente do nível – iniciante ou profissional – a sensação ao superar os medos e atingir os objetivos contribui para a autoconfiança.