Quinta-feira, 22 de maio de 2025

Bruna Lombardi abre o jogo sobre vaidade e sexo na maturidade: “É fundamental e evolui com o tempo”

A atriz e escritora Bruna Lombardi, de 72 anos, escolheu viver em casa repleta de natureza, em São Paulo. Sentada no sofá com o computador no colo, é difícil não vê-la trabalhando. No ano passado, a dedicação extrema da atriz e escritora quase a levou ao burnout. “Estava fazendo muitas palestras, pegando aviões toda semana e preparando o livro”, diz ela. “Tive dores de estômago, não conseguia engolir. Fiquei internada, fiz exames. Era fadiga. Tenho tentado mudar o modus operandi e encontrar equilíbrio”, justifica Bruna.

O livro em questão é o relançamento de “Filmes proibidos” (Record), seu primeiro romance, de 1990. A história se debruça nas aventuras de uma jovem balzaquiana, independente e sexualmente livre, mas que sofre ao se apaixonar por um homem tanto misterioso quanto fugaz. A edição revista contextualiza situações em tempos de redes sociais e amores líquidos. “Preparei um texto, chamado ‘Quando as coisas ainda não tinham nome’, relembrando um panorama da época. É um livro que fala sobre comportamentos narcisistas, relações tóxicas e ‘ghosting’, assuntos debatidos na internet”, comenta.

Nome emblemático de folhetins nas décadas 1970 e 1980, como “Roda de fogo” e “Louco amor”, criadora do programa de entrevistas “Gente de expressão” (1991-1999) e do site de bem-estar Rede Felicidade, Bruna é autora de dez livros e ainda tem fôlego para se dividir entre São Paulo, Los Angeles e Trancoso. Casada há 48 anos com o ator Carlos Alberto Riccelli, de 78, e mãe de Kim Riccelli, de 43, ela fala, a seguir, sobre sexo na maturidade, a importância do feminismo e revela o que ativa seu “lado B”.

Rotina de workaholic

“Gosto de estar ocupada, mas com um projeto por vez. Quando fiz a série ‘A vida secreta dos casais’ (2017), era a escritora, produtora, fazia o trabalho de 20 pessoas. Agora, estou escrevendo outro livro e não tenho planos para a TV.”

Força feminina

“O mundo gira em espiral, então voltamos ao mesmo ponto, mas melhores. Hoje, a mulher pode denunciar assédio, agressões. É importante dar nome às coisas para termos consciência, o que ajuda a trabalhar traumas. Sempre busquei minha liberdade e tudo o que faço e falo é para empoderar mulheres.”

“Fuga” para Los Angeles

“Privilegiei a vida pessoal ao trabalho. Prova maior disso é que no auge da carreira como atriz, falei: ‘Vou embora’. Kim era pequeno, eu fazia novela e não queria um assédio violento em cima dele. Fui para Los Angeles estudar. Precisava achar outros lugares, descobrir outras coisas de que gostava.”

Sexo na maturidade

“Sexo é fundamental, sempre gostei, porque é relacionado à liberdade. Nunca cobicei homens pelo físico e aparência, priorizo a sensibilidade. Transar com quem você ama e confia traz novas descobertas. Com o tempo, isso evolui.”

Monogamia e liberdade

“Nunca vivemos outros acordos (além da monogamia), mas também nunca disse que não estamos abertos. Temos um diálogo profundo, respeitamos os nossos sentimentos. Uma relação legal é baseada na independência.”

Sexy? Não, obrigada

“Sendo modelo, aos 14 anos, ou atriz, tudo era um personagem. Se precisasse ser uma mulher sexy de roupa preta, vamos lá, mas não era a minha verdade. Nunca fui uma adolescente sedutora, que intimidava os homens. Era extraordinariamente tímida e sempre fui muito reservada.”

Beleza sem segredos

“Desde cedo driblo perguntas sobre isso. Outro dia, um jornalista daqueles sisudos perguntou como eu me mantinha jovem. Brinquei que daria uma receita de beleza a ele. Agradeço os elogios, mas deixei a vaidade no passado. É muito fácil se perder.”

“Lado B”

“Perco a razão ao ver animais maltratados, já enfrentei homens que poderiam ter me matado. Certa vez, vi um motorista de caminhão jogando pedras em um cachorro. Fiquei fora de mim e falei absurdos. Minha voz muda, é assustador. Muitos amigos já me viram nesse estado, e digo que é melhor não verem.”

Sem análise

“Nunca fiz, mas converso com amigos psiquiatras e psicólogos. Tenho insights, escrevo, leio, vivo uma constante busca em ter consciência. Saúde mental é um tema que gosto, e no trabalho, entro em terrenos minados. Já interpretei uma terapeuta esquizofrênica, algo bastante complexo. Todos somos feitos de infinitas camadas.”

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