Sábado, 20 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de dezembro de 2025
Com cerca de 80 mil animais no Estado e valorização em leilões, setor ganha força com pesquisas inéditas, novos registros genealógicos e interesse da indústria, projetando expansão ainda maior em 2026.
A Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) apresentou o balanço de 2025 destacando avanços técnicos, científicos e comerciais que consolidam a bubalinocultura como uma cadeia em crescimento. O ano foi marcado por forte presença em eventos estratégicos, investimentos em registro genealógico, pesquisas inéditas e movimentos industriais que ampliaram escala e valor.
Expansão nacional e gaúcha
No Brasil, o setor ganhou visibilidade em feiras como Agrishow (SP), MegaLeite (MG) e Expointer (RS), além do 17º Encontro de Bubalinocultores, realizado em Fortaleza.
No Rio Grande do Sul, a bubalinocultura registrou crescimento expressivo: o Estado concentra cerca de 80 mil animais, segundo a Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos (Ascribu). Municípios como Glorinha, Eldorado do Sul e Viamão se destacam como polos produtivos, com rebanhos voltados tanto para carne quanto para leite.
Em dezembro de 2025, o 7º Remate de Bubalinos da Santa Úrsula, em Glorinha, ofertou mais de 400 animais e registrou pista limpa para terneiros e novilhas, confirmando a valorização dos preços e o interesse crescente de novos criadores.
Além disso, Porto Alegre ganhou em setembro de 2025 um novo espaço para comercialização de carne de búfalo, reforçando a presença da proteína no mercado urbano. A carne de búfalo é reconhecida por ter até 40% menos colesterol e maior maciez, ampliando sua aceitação entre consumidores.
Avanços técnicos e científicos
A vice-presidente da ABCB, Desireé Möller, destacou que 2025 foi um ano de reorganização, com foco em registro e base técnica. Houve avanço significativo no número de animais cadastrados no programa de avaliação genética conduzido pela pesquisadora Gabriela Stefani, em São Paulo. O projeto permite comparar desempenho de carne e leite em diferentes regiões, integrando genética e ambiente.
Em parceria com o Instituto de Zootecnia (IZ), foram desenvolvidos estudos sobre a composição genética do leite de búfala, com destaque para a kappa-caseína, proteína que influencia a qualidade da mozzarella e abre caminho para melhoramento genético.
Internacionalização e indústria
A ABCB ampliou sua atuação internacional ao participar do 11º Simpósio das Américas e Europa, na Bolívia, reunindo bufaleiros de diversos países.
No campo industrial, dois movimentos marcaram o ano:
Esses avanços reforçam o potencial da bubalinocultura como alternativa de escala e diversificação de produtos, especialmente em derivados como mozzarella, iogurtes e cortes especiais de carne.
Destaques previstos para 2026
Búfalos no RS
No Rio Grande do Sul, o reconhecimento dos animais e o aumento da demanda por carne e leite de búfala consolidam o Estado como referência nacional. A presença em leilões, o fortalecimento institucional da Ascribu e a integração com a ABCB criam bases sólidas para expansão.
O setor, que já movimenta milhões em negócios anuais, projeta crescimento contínuo em 2026, com maior profissionalização, abertura de mercados e diferenciação da carne e do leite de búfala como produtos de alto valor agregado.(por Gisele Flores- Gisele@pampa.com.br)