Domingo, 02 de novembro de 2025

Caderneta de poupança segue popular, mas é pouco rentável; com a Selic a 15%, aplicação fica ainda menos atrativa

O Dia Mundial da Poupança, celebrado na sexta-feira (31), reforça a importância de guardar dinheiro e planejar o futuro. A data comemorativa lançada em 1924, durante o 1.º Congresso Internacional de Economia, busca incentivar o hábito de manter uma reserva financeira, além de ampliar os conhecimentos sobre outros tipos de investimento.

Com 160 anos de história no País – foi criada por Dom Pedro II –, a poupança continua sendo o investimento mais tradicional e popular entre os brasileiros, conhecida pela simplicidade e o fácil acesso, inclusive para menores de idade.

Porém, cada vez mais as pessoas estão saindo da caderneta. Somente no mês de setembro, os brasileiros retiraram mais de R$ 15 bilhões da poupança, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Isso se deve, principalmente, por sua baixa rentabilidade.

Ainda assim, num país com índices de inadimplência recordes e baixo nível de educação financeira – 55% dos brasileiros afirmam saber pouco (40%) ou nada (15%) sobre o tema, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) –, o Dia Mundial da Poupança serve como um lembrete da importância de começar pelo básico: guardar dinheiro.

Vale a pena?

Embora a poupança continue sendo a opção mais conhecida do brasileiro, os títulos públicos do governo se destacam por oferecer maior rentabilidade, segurança e flexibilidade a quem quer começar a investir.

Isso porque, quando a Selic (taxa básica de juros) está acima de 8,5% ao ano, a poupança segue rendendo 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Ou seja, mesmo com a Selic hoje a 15% ao ano, o rendimento da poupança permanece praticamente estático, em torno de 0,5% a 0,6% ao mês, sem capturar os ganhos da alta dos juros.

Em um exemplo prático, usando a Calculadora do Cidadão, do BC, uma aplicação de R$ 1.000,00 na poupança renderia R$ 73,31 no período de 12 meses, até a última quinta-feira. Já o mesmo valor aplicado na Selic renderia R$ 136,71. “Poupança não vale a pena nunca. Ela rende uma variação da taxa Selic (quando a Selic é maior, a poupança rende mais, e vice-versa), mas ela vai sempre render menos do que um Tesouro Selic”, diz Marília Fontes, co-fundadora da Nord Investimentos.

Ela lembra ainda que a poupança é garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura ao investidor o recebimento de uma quantia de até R$ 250 mil, em situações de calote ou quebra do banco. Já o Tesouro Selic tem o governo como garantidor.

Fabricio Tonegutti, especialista em direito tributário pela Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta três situações em que a poupança ainda pode fazer sentido: para valores muito baixos (abaixo de R$ 100), para quem precisa de liquidez imediata e, principalmente, para quem está começando a criar o hábito de poupar. “Nesse caso, o valor é educativo – vale mais desenvolver a disciplina de guardar dinheiro todos os meses do que buscar 2% ou 3% a mais de rentabilidade”, diz.

Para o especialista em direito tributário, a migração deve acontecer assim que o investidor acumular mais de R$ 1.000 e puder optar pela liquidez de D+1 (dinheiro disponível no dia seguinte) em vez de imediata. “Ou quando você entender que está literalmente deixando dinheiro na mesa ao manter valores maiores na poupança.”

Entre as opções alternativas à poupança, ele cita os CDBs de bancos sólidos com liquidez diária, Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), além do Tesouro Direto. (As informações são de O Estado de S. Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Carlos Bolsonaro disse que tem uma relação histórica e “muito forte” com Santa Catarina, Estado pelo qual pretende disputar uma vaga para o Senado nas eleições de 2026
Brasil poderá implantar o voto distrital misto; saiba como está este tema
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play