Sábado, 18 de maio de 2024

Cai, cai, balão, cai, cai, balão, aqui na minha mão 

Apesar de estarmos ainda bem distantes das festas juninas (e de não termos, aqui, nos Estados Unidos, este tipo de comemoração), os “balões” ocupam boa parte dos noticiários. Parece que a mídia norte-americana encontrou um assunto substituto ao da já desgastada invasão russa à Ucrânia, fato que está prestes a completar um ano.

E isso que o aparecimento de objetos voadores não identificados nos Estados Unidos não pode ser considerado um fato raro. Foram mais de quinhentos casos relatados somente em 2022, segundo relatório do Diretor de Inteligência Nacional.

Para explicar essas ocorrências as teorias são as mais variadas e incluem até a da “conspiração”. Será invasão alienígena? A China está nos observando? Se trataria da Rússia testando novo armamento?

Os mais experientes certamente recordarão

do famoso seriado “Arquivo X”, exibido no final dos anos 90, protagonizado pelos agentes Mulder e Scully e cujo slogan afirmava: “a verdade está lá fora”.

Mas, voltando à realidade terrena, repassemos a cronologia dos fatos.

No dia 02 de fevereiro, próximo à base aérea, em Montana, local de armazenamento de mísseis nucleares, o Pentágono detectou um balão de vigilância chinês. O fato levou ao cancelamento da visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à China apesar de o país ter alegado tratar-se de um equipamento civil, utilizado para fins meteorológicos, que acabou se desviando devido a correntes de vento. Uma explicação que ninguém engoliu.

Dois dias depois, por questão de segurança, caças F22 derrubaram um balão que sobrevoava o mar da costa da Carolina do Sul. Desta vez, o governo Chinês criticou duramente a operação norte-americana. Mas, para pensar: e se fosse um balão americano sobrevoando instalações militares chinesas, não seria derrubado?

Informações iniciais apontam que os equipamentos encontrados no balão teriam características muito mais tecnológicas que as utilizadas em meteorologia. Daí em diante é que as alternativas vão ganhando espaço, sem limites, no imaginário e o silêncio da China é solo fértil para elucubrações.

No mesmo dia, 04 de fevereiro, outro objeto foi identificado sobrevoando a América Latina, segundo informações do Pentágono.

Dois dias depois, mais um objeto aéreo não tripulado foi derrubado, desta vez, no Alaska, enquanto sobrevoava uma base militar conjunta.

No dia 11 de fevereiro, em acordo entre Estados Unidos e Canadá, foi derrubado um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) nas proximidades de Yukon, no Canadá.

No dia seguinte, domingo, são as autoridades chinesas que detectam um objeto não identificado, na província de Shandong, leste do país, e solicitaram que pescadores abandonassem a área devido à iminente derrubada do artefato.

Qual a diferença entre todos estes objetos? O primeiro, voando a 18 mil metros de altura e assumido pela China, era capaz de carregar três ônibus escolares. Os outros três, muito menores, não possuíam sistema de propulsão e voavam entre 6 e 12 mil metros de altura, de forma imprevisível.

Não existe, até agora, detalhes oficiais sobre os três objetos e nem sobre o alegado artefato que teria sobrevoado a China.

Apesar de não terem revelado detalhes sobre o material tecnológico encontrado, os Estados Unidos acreditam que os objetos abatidos eram utilizados pela espionagem chinesa, teoria que parece a mais lógica, até agora.

Os partidos democrata e republicano têm exigido maiores informações e detalhes das autoridades e o Comitê de Inteligência da Câmara, através do deputado Jim Himes, afirmou ter preocupações sobre aquilo que o governo não declara.

Não há nenhuma evidência que os objetos tenham origem alienígena, segundo Karine Jean-Pierre, secretária de comunicação do governo dos Estados Unidos. Todavia, o comandante da Força Aérea afirmou não ter como explicar totalmente os três objetos, especialmente a origem e forma como eles permaneceriam no ar.

Nisso tudo, fica clara a falta de transparência por parte das autoridades norte-americanas. Vale lembrar, que durante muitos anos, principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, durante o auge da guerra fria entre Estados Unidos e a extinta União Soviética, inúmeros relatos sobre OVNIs ocorreram, sem qualquer explicação. Posteriormente, foi divulgado que eram equipamentos militares de última geração, mantidos em sigilo por questão de segurança nacional. Algo similar pode explicar o assunto, todavia a diferença é que, agora, a descoberta deu-se por órgãos oficiais e não por civis, sem muita credibilidade.

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