Quarta-feira, 16 de julho de 2025

Canais digitais dominam as transações bancárias no País

Acordar cedo para tentar encontrar o banco vazio é algo que fez parte da rotina de diversas pessoas no Brasil nas últimas décadas. No entanto, desde 2017, os bancos têm optado cada vez mais em mirar os investimentos nos servidores de internet do que na manutenção dos ponto físicos. Se por um lado a tecnologia ajuda em operações simples, como transferências e solicitações de crédito, na outra ponta estão a necessidade de parte dos clientes, principalmente os idosos, por algo que não dependa da web.

Segundo dados do Banco Central (BC), o número de agências vem decaindo desde aquele ano, quando existiam 21.408 sucursais ativas, até passar a 17.216 pontos em 2022, o menor número desde 2009. De acordo com o último levantamento, feito em setembro deste ano, há atualmente cerca de 17.573 unidades ativas em todo o Brasil.

“Os bancos estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, em que a utilização dos canais digitais de atendimento vem ganhando espaço em detrimentos dos canais físicos e presenciais, refletindo, em especial, o novo perfil do consumidor, que busca, e encontra, conveniência, comodidade, segurança e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos”, afirma a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em nota.

Para justificar a mudança de direção, a entidade aponta que quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no País são feitas em canais digitais, como o mobile banking e internet banking (77%). Somente o celular é responsável por 66% de todas as operações feitas no Brasil.

“No total, os brasileiros fizeram, no ano passado, 163,3 bilhões de transações nos vários canais de atendimento disponibilizados pelos bancos, representando um significativo aumento de 30% ante 2021. Esta taxa de crescimento é a maior já registrada na história das transações, sendo influenciada principalmente pelo desempenho do mobile banking, que teve alta de 54% no número de operações realizadas pelos clientes, totalizando 107,1 bilhões”, completa a instituição financeira.

Função

Outro ponto usado a favor dos canais digitais é a maior conveniência aos clientes. De acordo com a Febraban é possível fazer pagamentos de contas, transferências, DOCs e TEDs, contratações de crédito, investimentos e aplicações, consultas de saldos e extratos, contratar seguros e planos de Previdência, renegociar dívidas, entre outras operações sem sair de casa.

Em contrapartida, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, explica que cada banco atua de forma diferente, conforme estratégias do negócio, mas é possível mencionar operações que mostram a importância da agência física para a população.

“Financiamentos, empréstimos, aplicações e investimentos como funções mais complexas, onde o atendimento presencial é mais esclarecedor. Nas renegociações de dívidas, o atendimento presencial também segue sendo bastante procurado. O programa Desenrola, promovido pelo governo federal, é prova disso. Muitas agências bancárias passaram a operar em horário estendido”, pontua a gestora.

Ela ainda frisa que a nova tendência é algo mais voltada para a redução de custos, e aumento dos lucros, e ignora a existência de uma função social do ponto físico, principalmente para os idosos e mais pobres.

“É preciso destacar que parte da população idosa e em muitas periferias do Brasil têm dificuldades em acesso. A exclusão digital é uma realidade para uma grande parcela da população, principalmente para os mais pobres. As pesquisas apontam que a população quer ser atendida por pessoas e não só por máquinas, principalmente em se tratando das finanças pessoais”, explica Neiva.

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