Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Câncer de testículo é mais comum em homens jovens

O câncer de testículo matou 430 homens no Brasil em 2020, de acordo com o Atlas de Mortalidade, a partir das informações disponibilizadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. O tumor é mais comum especialmente em adultos jovens, brancos, entre 15 e 35 anos.

Mas o que explica o câncer de testículo afetar mais os indivíduos jovens? A fase de maior atividade sexual e reprodutiva pode ser a resposta. Nessa faixa etária, as células passam por alterações que começaram durante a infância e já estão suficientemente avançadas para possibilitar o aparecimento de tumores na área. Em jovens adultos, os testículos ainda estão em desenvolvimento, o que os torna mais propensos a desenvolver anomalias celulares que podem levar ao câncer.

De acordo com Danilo Galante, urologista e sexólogo, o sintoma mais comum é o aumento do testículo e um nódulo palpável. Ele explica que é raro o paciente ter dor na região, mas é comum que o diagnóstico seja feito após um trauma local. “Embora o trauma não tenha relação com o câncer de testículo”, pondera.

A oncologista do Centro de Oncologia em São Paulo (SP) Suelen Martins completa com alguns outros sintomas que podem estar relacionados ao câncer de testículo, como:

* gânglio na virilha, que pode ser um linfonodo comprometido;

* dor pélvica, que pode estar relacionada com metástase abdominal;

* falta de ar, se houver doença metastática no pulmão;

* dor óssea, se houver metástase nos ossos.

Quanto ao diagnóstico inicial, em muitos casos o paciente acaba fazendo um autoexame e diagnosticando-se, por meio da palpação de um nódulo duro que lembra uma pedra, no testículo. A confirmação é feita através de um ultrassom.

Tratamento

Como os jovens são os mais acometidos por esse tumor, é importante ficar atento às formas de tratamento. A principal delas é a retirada do testículo.

Quando a suspeita é de tumor benigno, pode-se fazer a retirada apenas do nódulo e manter o testículo.

“Nesse caso, o nódulo é enviado para análise patológica já em sala de cirurgia. Se o patologista diagnosticar o tumor como benigno, o restante do testículo é mantido. Se o diagnóstico for de tumor maligno, o testículo é removido”, esclarece Galante. Em pacientes jovens, a conduta de manter os testículos também é indicada quando o indivíduo apresenta tumores nos dois testículos ao mesmo tempo, mas tem a intenção de ter filhos.

Fatores de risco

Ser adulto jovem é um dos principais fatores de risco. Mas existem outros, como:

* síndromes genéticas, como a síndrome de Klinefelter;

* pacientes com testículo criptorquídico (que não migrou para o escroto, o saco de pele localizado abaixo do pênis, antes do nascimento);

* pacientes que receberam tratamento de radioterapia na infância;

* traumas frequentes no testículo;

* infecções frequentes;

* exposição à radiação.

Cura

A taxa de cura é altíssima, mesmo em pacientes que têm a doença mais avançada. A oncologista Suelen indica uma chance de 90% de cura, e em tumores localizados, acima de 98%.

“É importante alertar a população, especialmente os pacientes jovens, a fazerem o exame clínico. Geralmente, essa faixa etária de pacientes não costuma ir ao médico regularmente. É crucial que, se o paciente sentir qualquer anormalidade no testículo, ele procure um urologista para investigação”, declara.

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