Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de maio de 2025
O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), afirmou que não acredita numa candidatura de “última hora” de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a presidente da República no lugar de Jair Bolsonaro (PL), ao contrário do que o presidente Lula fez com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ambos pelo PT, em 2018.
Seguindo a linha de aliados políticos de Jair Bolsonaro, como o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, Ramuth imagina como data de corte para decidir o destino até o final deste ano. Ele acrescenta que Tarcísio tem uma “reeleição bem encaminhada”, ainda que não se possa falar em “eleição ganha”. Ele tem patamar de aprovação em torno de 60%, segundo as pesquisas mais recentes.
“Não que eu tenha escutado isso do governador, mas o que eu sinto, no dia a dia, é que ele é muito dedicado, gosta de fazer as coisas bem feito. E, para que isso seja possível, o presidente Bolsonaro acho que tem que tomar essa decisão até o final deste ano, até para que não aconteça algo de última hora”, disse a jornalistas.
“Aliás, se a gente fizer um paralelo, como aconteceu com o Lula lá atrás, que levou a sua candidatura até os dias finais e ali na hora que foi constatado pela Justiça Eleitoral que ele não poderia participar, o Haddad entrou… E isso o governador Tarcísio, conhecendo o perfil dele, o dia a dia, como ele gosta de fazer as coisas e gosta de fazer bem feito, isso ele não aceitaria”, acrescentou.
O vice-governador pontuou que, embora tenha críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reconhece a força do petista em uma corrida presidencial e sabe que será uma “eleição complexa”.
Em 2018, quando Lula estava preso e inelegível, mas, mesmo assim, manteve seu nome no jogo até que o registro de candidatura fosse rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fernando Haddad foi o nome escolhido para substituí-lo. A decisão, no entanto, ocorreu menos de um mês antes do pleito, no último dia do prazo dado pela Corte para o partido escolher um substituto a Lula.
“O plano (de Tarcísio) é a reeleição, mas, claro, eu sei que na política nem tudo o que queremos é aquilo que se consolida. Pode existir, eventualmente, uma decisão do Bolsonaro que convoque o governador para essa missão”, disse o vice-governador.
Nesse caso, ele assumiria o comando do Palácio dos Bandeirantes em abril do ano que vem caso. A Justiça Eleitoral exige prazo de desimcompatibilização do cargo de chefe do Executivo estadual seis meses antes do pleito para tentar a Presidência.
Tarcísio, no entanto, já afirmou em conversas reservadas que não vai se desincompatibilizar em abril do ano que vem (prazo máximo para quem concorrerá nas próximas eleições sair do atual cargo que ocupa) porque não quer perder o controle sobre o próprio destino. O governador avalia que não há garantia de que Bolsonaro indicará um nome para sucedê-lo na eleição de 2026 com tanta antecedência. Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.