Sábado, 13 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de setembro de 2025
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro culpou o tenente-coronel Mauro Cid pela condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF). “Parabéns pelo que fez na história brasileira, Mauro Cid!”, escreveu Carlos em seu perfil na rede social X (antigo Twitter). A publicação foi fixada por ele, tornando-se a primeira a aparecer quando se acessa sua página na plataforma.
A declaração gerou repercussão entre aliados de Mauro Cid, que rebateram as acusações feitas por Carlos Bolsonaro. De acordo com pessoas próximas ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente, “quem colocou todo mundo nessa confusão foi Bolsonaro”. Esses aliados também ressaltam que Mauro Cid relutou bastante antes de firmar o acordo de delação premiada, uma vez que sempre teve e continua tendo admiração pessoal por Jair Bolsonaro.
Eles também apontam que o próprio ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, utilizou trechos da delação de Cid para absolver Bolsonaro de acusações em outro processo. Para esses interlocutores, esse seria um indicativo de que Cid não teria colaborado de maneira a prejudicar o ex-presidente diretamente em todos os casos em que prestou depoimento.
Condenação
Na quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A condenação ocorreu no âmbito da investigação sobre os atos antidemocráticos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
A defesa de Bolsonaro classificou a pena como excessiva e informou que vai apresentar recursos. Os advogados do ex-presidente também solicitaram que ele tenha o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar, citando questões de saúde e segurança.
Já o tenente-coronel Mauro Cid foi condenado a uma pena de dois anos de prisão. A pena mais branda foi resultado de seu acordo de colaboração com a Polícia Federal, por meio de delação premiada. Em seus depoimentos, Cid forneceu informações consideradas relevantes para o andamento das investigações conduzidas pela PF e pelo STF.
Os advogados de Mauro Cid afirmaram que a primeira medida a ser tomada após a condenação será o pedido para retirada da tornozeleira eletrônica que ele está usando. Também vão requerer a devolução de bens apreendidos, incluindo o passaporte.
Ainda não está decidido se Mauro Cid deixará o País em direção aos Estados Unidos. No entanto, ele já solicitou passagem para a reserva das Forças Armadas e aguarda uma resposta oficial do Exército Brasileiro.