Sábado, 02 de agosto de 2025

Casal assassinado em Cachoeirinha: mais de três anos depois, neto de uma das vítimas vai a júri

Está marcado para a próxima quarta-feira (6) no Fórum de Cachoeirinha (Região Metropolitana de Porto Alegre) o julgamento de um homem acusado de coautoria no duplo duplo homicídio de um casal, em 27 de fevereiro de 2022. Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o crime foi cometido pelo réu e por sua mãe, respectivamente neto e filha de uma das vítimas.

O júri havia sido marcado originalmente para novembro de 2024, mas acabou suspenso devido à realização de novas diligências após delação premiada do réu, preso preventivamente desde maio de 2022. A cúmplice dos assassinatos seguidos da ocultação dos cadáveres também estava presa e foi denunciada, mas faleceu em março passado.

A acusação é de dois homicídios duplamente qualificados pelos agravantres de dissimulação e motivo torpe, ocultação de cadáver, fraude processual, resistência e maus-tratos a animal doméstico. Os trabalhos no tribunal deve durar dois dias.

Confissão

Em depoimento, o investigado confirmou a tese da Polícia Civil e do MPRS de que seu avô Rubem Affonso Heger, 85 anos, e a esposa Marlene dos Passos Stafford Heger, de 53, foram mortos na casa onde viviam, na Vila Carlos Antônio, em Cachoeirinha. A motivação teria sido financeira.

O relato é de que sua mãe adicionou uma substância – até hoje desconhecida pela investigação – à comida do idoso e de sua companheira, durante o almoço. Em seguida, os anfitriões desmaiaram (ou morreram). A dupla também eliminou o cachorro de estimação do casal e colocou o cadáver do animal em uma caixa de gordura.

A frente da garagem da residência foi então obstruída com colchões para que ninguém percebesse o transporte das vítimas até o porta-malas do automóvel da filha de Rubem. Destino: a casa dos matadores, no bairro Niterói, em Canoas (também na Região Metropolitana), onde os corpos foram incinerados na churrasqueira, um depois do outro, durante cerca de 36 horas.

Ainda de acordo com a confissão, as cinzas foram lançadas em um matagal próximo ao rio Gravataí. Mas uma perícia realizada posteriormente na residência de Rubem e Marlene encontrou na churrasqueira vestígios geneticamente compatíveis com o casal. Também havia traços de sangue do idoso em uma parede de sua residência e cães farejadores apontaram odores de putrefação no carro da filha.

Em depoimento na época do crime, a investigada relatou ter levado pai e madrasta para passar alguns dias em Canoas, e que eles teriam encerrado a visita, sem aviso, enquanto ela ia até um posto de saúde. Mas a versão do desaparecimento não convenceu as autoridades: e os investigados acabaram presos preventivamente três meses depois – ela em uma cadeia feminina e ele no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegrem devido a supostos problemas mentais.

(Marcello Campos)

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