Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Casal gaúcho é alvo de operação por envolvimento em jogos de azar e lavagem de dinheiro

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou nessa terça-feira (16) em endereços de Dois Irmãos (Vale do Sinos) e Capão da Canoa (Litoral Norte) uma operação contra casal de influenciadores digitais suspeitos de promover na internet a modalidade de apostas conhecida como “Jogo do Tigrinho”. Eles teriam lavado mais de R$ 7 milhões por meio da atividade.

Foram cumpridas ordens de busca e apreensão, além do sequestro de veículos e imóveis de luxo nos dois municípios. Imagens divulgadas pelo MPRS mostram veículos de alto valor (um Porsche Taycan e um BMW X6), joias, bolsas de grife, relógios, aparelhos eletrônicos, obras de arte e outros itens adquiridos com dinheiro de origem ilícita.

“Esses bens representam a etapa final da lavagem, quando valores obtidos com crimes são incorporados ao patrimônio com aparência de licitude”, ressaltam os promotores encarregados do caso. Conforme a investigação, o esquema movimentou milhões, ocultados por meio de empresas de fachada e instituições de pagamento.

A dupla é investigada por exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Com perfis de grande alcance (a mulher tem mais de 500 mil seguidores), os dois utilizavam redes sociais para divulgar plataformas ilegais, chegando a utilizar a imagem da filha pequena para atrair apostadores. As postagens exibiam vida luxuosa, viagens de alto padrão e a promessa de ganhos fáceis.

Além disso, recebiam repasses das empresas intermediárias e das próprias plataformas, integrando um esquema organizado para atrair apostadores e lucrar com depósitos nos jogos.

Essa estratégia organizada e reiterada induziu milhares de pessoas a gastarem dinheiro com a modalidade. A prática atraía pessoas de baixa renda, que podiam ter a vida financeira arruinada. As informações levantadas apontaram a existência de uma estrutura empresarial voltada à exploração econômica da contravenção.

Coordenação

A ofensiva é coordenada pelo promotor de Justiça Flávio Duarte, da 8ª Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre, com apoio da promotora Maristela Schneider, dos Núcleos Regionais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRS) – Metropolitana e Vales, e do promotor Mauro Rockenbach, também da Promotoria Criminal.

“Neste jogo de azar, o operador controla regras, algoritmo e probabilidades, sem risco empresarial, apenas gestão matemática do lucro”, ressalta o promotor Flávio Duarte. “O apostador não tem como verificar se há aleatoriedade ou se o sistema maximiza perdas, reforçando o caráter fraudulento e predatório.”

(Marcello Campos)

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